quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Seguros estamos nós, mas caímos na mesma. A Câmara Municipal de Lisboa quer atribuir um seguro de saúde a cada criança que nasça na capital e cujos pais sejam residentes em Lisboa, sendo que as despesas serão totalmente pagas pela autarquia.
Das duas uma: ou Carmona explica esta ideia como deve ser e paga do seu bolso, ou então isto traz água no bico.
Primeiro. Um seguro de saúde dos mais baratos - incluindo como cobertura base consultas, internamento e assistência clínica em viagem - custa uma média de 80 euros/ano. O preço é válido até aos seis anos. Tratando-se do seguro mais caro, que inclui também a especialidade de estomatologia, o custo anual aumenta para cerca de 350 euros.
Ora, são por todos conhecidas as dificuldades financeiras da autarquia lisboeta, cujo dívida ronda os cerca de mil milhões de euros.
Sendo assim como é que Carmona vai pagar esta oferta? Vai retirar dinheiro de onde? Vai aumentar o quê? Vai deixar de pagar a quem, sendo que os fornecedores já vêem o se a arder?
Segundo. Estaremos nós perante um agitar de águas tendo em vista possíveis eleições ou trata-se somente de uma tentativa de remeter para as "kalendas" a situação gravíssima que ocorre no mais importante dos municípios portugueses devido às teias perigosas que ali grassam especialmente no sector do urbanismo.
Se Carmona Rodrigues pretende fixar população na cidade que avance com casas a custos devidamente acessíveis, ou a rendas possíveis e que olhe seriamente para alguns bairros e que se deixe de projectos megalómanos, sem pés nem cabeça e que unicamente vão provocar um agravamento nas já depauperadas finanças municipais.

Mas se Carmona não prima pela inteligência, Rui Rio não lhe fica atrás. A Câmara do Porto abriu no seu site na Internet uma «consulta» em que pergunta aos visitantes se concordam com a alegada «política de oposição do JN» (Jornal de Notícias) à autarquia.
«Concorda com a política de oposição do JN à Câmara do Porto, por opção do director, desde os primeiros dias do mandato e sujeita a desmentidos legalmente consagrados?», questiona a autarquia, permitindo três respostas: «Não», «Sim» e «Não sei».
Será que o frio e a chuva deram volta à cabeça das pessoas?

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