segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

O dia a seguir. O resultado do referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez proporcionou um resultado inequívoco. Quem foi participar neste referendo disse maioritariamente que queria o sim. os argumentos de que estamos perante um referendo não vinculativo, porquanto não votaram mais de 50 por cento dos eleitores inscritos, é falacioso e revela um mau perder.
Tal como em 1998 importa que as partes aceitem os resultados.
mas não são só as partes que devem olhar para os resultados.
Os deputados devem ser os primeiros a compreenderem os números e se em 1998 a maioria disse não e a classe política esteve quieta, hoje que a maioria disse sim, a classe política deve avançar. Aliás a minha opinião - e respondendo ao comentário que me fizeram - é que o referendo era desnecessário. Estamos perante uma alteração legislativa a nível do Código Penal, ora teria sido suficiente que os deputados maioritariamente tal tivessem decidido (só compreendo a imposição do referendo por parte de José Sócrates como forma de cumprir a promessa eleitoral).
Sendo assim e na posse de um sinal deveras esclarecedor ("sim") cabe agora aos deputados legislar.
Mas este referendo permite outras leituras.
A vitória do "sim" não deve ser olhada como uma vitória partidária, mas mesmo assim importa dizer que os partidos situados no espectro da direita e do centro sairam derrotados. O CDS/PP porque vinculou o partido ao "não" e esta derrota estou em crer servirá até como arma de arremesso a Paulo Portas na disputa de liderança e o PSD, porque o seu líder, muitas vezes, transpôs para o universo a vinculação do partido à sua posição, embora fosse público e notório que estávamos perante um partido profundamente dividido.
Mas esta não é a principal leitura. A principal leitura que podemos aferir deste referendo é que a Igreja Católica e a sua máxima hierarquia bem como alguns leigos importantes (estou a lembrar-me de Bagão Félix que não sei se servia de imagem pública a alguém ou a alguma intituição que não queria ou não podia aparecer) perderam a influência que já tiveram na sociedade.
Para finalizar direi apenas que é vergonhoso o artigo de Luis Delgado hoje no DN.

1 comentário:

  1. Anónimo20:58

    Parabens a todas as mulheres deste País. E parabens a algumas figuras de topo do partido do governo, que ao longo dos ultimos meses têm apostado fortemente na area da saúde, nomeadamente comprando diversas clinicas que estavam de má saúde(financeira). Agora, resta-nos ver quais vão ser as autorizadas, por quem e troco de quê. É um fartar vilanagem.
    Abraço

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