segunda-feira, 30 de abril de 2007

O mais o recente Boletim Económico do Banco de Portugal veio dizer que a crise que actualmente atravessamos resulta de um problema interno que tem repercussões no contexto global: os nossos salários estão demasiado elevados para a produtividade.
Dizem os especialistas que elevados custos laborais são os verdadeiros responsáveis pelo desemprego, crescimento baixo, falta de competitividade e, claro está por uma balança externa com um défice que não lembra, nem ao menino Jesus. Claro que por si só os custos laborais não causavam tanta mossa, mas coligados com a crise orçamental, a "invasão chinesa", os problemas educativos, a derrapagem na saúde, mudança de tecnologia, a moeda única e o alargamento europeu, fazem uma mistura explosiva.
O grande problema é que face aos desafios da globalização os Estados europeus têm feito reformas e ajustado as suas economias, enquanto os portugueses se deixam embalar pelo canto da sereia, ou seja por políticos que trocam as reformas pela cadeira do poder, pelas tricas e truques "palacianos", enfim pela subserviência aos seus e só seus interesses.
Mas esta análise tem ainda outra vertente.
É um facto inquestionável de que sob os custos da produção das empresas recaiem poderosas cifras que, não só não se interligam com os custos, nem a produção propriamente ditos. Não é raro encontrar empresas que são detentoras de verdadeiros patrimónios, ou pelo menos geraram riqueza para os comprar. Estou a lembrar-me de casas (nalguns casos verdadeiros impérios mobiliários, ou assombrosos palacetes), carros, joias, peças de arte, eu sei lá que mais. É um verdadeiro império paralelo à empresa, mas construído com o dinheiro desta. É uma prática que se tornou demasiado comum em Portugal.
Como é evidente este império paralelo faz com que as verbas que serviriam para gerir riqueza na própria empresa não estejam lá, pior é que os investimentos são feitos em sistemas de leasing, ald e outros que tais, o que altera seriamente a vivência económica de uma empresa. Não falem dos custos de produção no sentido de salários, porque esses, se não forem a parcela menor andam lá perto.

Tá tudo maluco. Então não é que apareceu um blogger de apoio a Carmona.

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