quinta-feira, 17 de maio de 2007

Hoje achei por bem fazer um intervalo na crónica política para tão só assinalar que hoje se comemora o Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade de Informação, o Dia da Internet.
Estamos perante uma iniciativa que visa promover a reflexão sobre as potencialidades das novas tecnologias na vida dos cidadãos.
Esta iniciativa, à qual Portugal já aderiu, conta com a participação de 22 países, na sua maioria de língua espanhola, contribuindo com a organização de eventos que promovem a utilização da Internet e exploração das suas capacidades.
O Dia da Internet, criado com o aval da Organização das Nações Unidas em 2005, foi idealizado pela Associação dos Utilizadores de Internet Espanhola e é assinalado com a promoção de vários eventos relacionados com a rede global.
A edição deste ano é dedicada ao acesso dos jovens à Sociedade da Informação. Numa mensagem sobre a data, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou «aos decisores políticos e à indústria para juntarem esforços e trabalharem em conjunto com crianças e jovens de modo a produzirem tecnologias, aplicações e serviços que facilitem o acesso às TIC». O responsável defende que através das TIC os jovens têm mais acesso a novos conhecimentos e ultrapassam mais facilmente as barreiras de comunicação.
Em comunicado o secretário-geral da International Telecommunication Union (ITU), Hamadoun Touré, concorda, ao afirmar que «num mundo cada vez mais ligado, os jovens são não apenas os beneficiários mas também a força motora de novas inovações». Este ano a ITU vai destacar temas relacionados com os mais novos no desenvolvimento das TIC. Um dos pontos altos do Dia da Internet deste ano é o anúncio dos vencedores do ITU World Information Society Award . Este ano os vencedores são a primeira-dama da República Dominicana Margarita Cedeño de Fernandéz, Mitchell Baker, da Mozilla e o russo Mark Krivocheev. Este galardão tem como objectivo reconhecer o trabalho de pessoas que se tenham destacado no esforço para a construção da Sociedade da Informação. A primeira-dama foi distinguida por levar serviços tecnológicos aos habitantes das áreas mais empobrecidas do país. Quanto à Mozilla o prémio foi atribuído devido ao desenvolvimento de tecnologias e aplicações para a Internet com base em software livre. Por fim Mark Krivocheev vê reconhecido o trabalho que tem vindo a desenvolver para melhoria da qualidade das imagens de televisão, nomeadamente na televisão de alta definição.
É um facto inquestionável que as novas tecnologias, em especial a Internet, vieram para ficar e já começaram a alterar o comportamento da sociedade, aliás nada que não se verificasse aquando do aparecimento do telefone, do rádio e da televisão.
Quem é que imaginava que, e devido ao desenvolvimento tecnológico, seríamos hoje conhecidos como Sociedade da Informação.
As soluções digitais são hoje uma infinidade, sendo que cada dia são mais surpreendentes e avançadas.
Só que todo este avanço não nos pode nem deve iludir. É necessário e urgente que façamos a separação entre progresso com pirotecnia.
Se esse conhecimento acumulado não for compartilhado pela sociedade como um todo, corremos o risco de acentuarmos o abismo que separa os ricos dos pobres.
Quantas pessoas são hoje incapazes de ler e escrever? E quantos são os analfabetos digitais? A precariedade de condições a que essas pessoas estão submetidas colocam-nas também, muito provavelmente, integrando os índices do desemprego e do trabalho informal.
A nova divisão internacional do trabalho, por outro lado, reflecte uma reestruturação do processo produtivo, e exige novos postos e perfis profissionais. O novo trabalhador deve ser um sujeito com permanente capacidade de aprendizagem e de adaptação a mudanças, deve saber trabalhar em grupo, de preferência em equipas multidisciplinares, e ter domínio da linguagem das máquinas. Ou seja: deve também ser alfabetizado do ponto de vista digital.
Assim, o mundo da tecnologia também se configura como uma forma de inclusão social. A aprendizagem da informática e o acesso às novas linguagens de comunicação e informação não só possibilitam oportunidades económicas, como também representam um importante capital social. A internet representa hoje uma atracção irresistível para os jovens (e não só).
Mas sem reprimir é importante não descurar o acompanhamento deste poderoso veículo de informação, porque quando menos se espera ele deixou de ser veículo de informação necessária, para se tornar num perigoso meio de difusão.
Este é o post que deixo hoje.

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Montenegro tem de mandar parar com os disparates... - deixar que alguém que dirige interinamente o INEM com todas as falhas que se verificar...