sexta-feira, 11 de maio de 2007

Nestes últimos dias tem pairado sobre o nosso país um “manto negro”. Refiro-me, como é evidente, ao rapto da criança inglesa: a Madeleine.
Compreendo que deve ser atroz a dor de perder um filho.
Mas e porque respeito a dor, permitam-me deixar algumas pequenas questões:
Primeiro: não entendo como é que uns pais não levam os filhos para os acompanhar na refeição diária, a não ser que tenham seguido as palavras de Miguel Sousa Tavares que, e a propósito da nova Lei do Tabaco disse: "o fumo nos restaurantes, que o Governo quer limitar, incomoda muitíssimo menos do que o barulho das crianças - e a estas não há quem lhes corte o pio";
Segundo: esta história tem nexo, mas há pormenores que, até para mim, não encaixam;
Terceiro: não compreendo a atitude dos súbditos de Isabel II que iniciaram uma campanha de terrível mau-gosto contra os portugueses, nomeadamente contra a polícia;
Quarto: não percebo e não aceito que tenham vindo das terras de sua majestade especialistas em... qualquer coisa, ex- não sei o quê, que, pelo que me apercebo, somente servem para comentar para as televisões inglesas e, pasme-se, para o canal público português (não é António), como se fossem os maiores (neste ponto devo dizer que não aprendemos nada desde o Tratado de Methwen);
Quinto: o nosso ordenamento jurídico não prevê pena por crime de abandono? Não é um crime público? Se é do que espera o Ministério Público?
Desejo, como é óbvio, que tudo se esclareça. Neste caso e noutros onde estão envolvidos somente crianças portuguesas.
Espero que a montanha apesar de tão grávida, somente acabe por parir um rato.

Ainda sobre este caso, Pacheco Pereira diz no seu Abrupto:


Tenho que dizer que Pacheco Pereira se enganou redondamente. The Guardian é tablóide? O Times é tablóide?
Poderia ter avançado para o The Telegraph, o Mirror antes de chegar ao The Sun.

Um excelente artigo de Baptista-Bastos no DN.

Continuando nos mais pequenos, tenho de deixar uma palavra de repulsa pelo Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra que reduziu a pena do sargento Luís Gomes. Penso que deve figurar nos anais da perplexidade, para não dizer outra coisa.
Mas este caso teima em não ficar claro. Então a mãe adoptiva vai ser julgada pelo mesmo colectivo que já a julgou na praça pública? Que porra de país.

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Montenegro tem de mandar parar com os disparates... - deixar que alguém que dirige interinamente o INEM com todas as falhas que se verificar...