segunda-feira, 28 de maio de 2007

A política rasteira. Estes últimos tempos têm catapultado para a ribalta a política baixa, rasteirinha, a roçar mesmo a má educação.
Como se essa espécie política não fosse já desagradável, acresce ainda o facto de que ela tem tido origem num partido que é alternativa de poder, ou seja no maior partido da oposição.
Já não bastava a história da falta de carácter de Sócrates que Marques Mendes fez questão de salientar, decidiu agora o mesmo Marques Mendes avançar contra Mário Lino numa linguagem sem qualificação.
Durante um jantar de pré-campanha do candidato do PSD à Câmara Municipal de Lisboa, Marques Mendes classificou as declarações de Mário Lino (relativamente ao "deserto") "não apenas como um delírio mas como uma provocação e um insulto", tendo considerado mesmo que as afirmações de Mário Lino são "de alguém que já não está bom da cabeça".
Por muito más que tenham sido as afirmações de Mário Lino e na verdade elas não foram felizes, não podem servir de base ao insulto pessoal e aqui Marques Mendes, digam lá o que quiserem, insultou o ministro das Obras Públicas, ou seja insultou um membro do Governo. Convenhamos que não estamos perante um feliz momento de Marques Mendes.
Claro que todos nós sabemos que ele insulta porque está a coberto da imunidade parlamentar (lembremo-nos da questão com o presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, onde Mendes foi considerado arguido, mas não abdica da imunidade parlamentar para responder em tribunal).
Mas Mendes não esteve mal só por si, esteve mal igualmente pelo cartaz da JSD que é deplorável.
Quando o combate político resvala para estas ignomínias é um sinal claro de que não é político quem quer.

Mas os disparates não são só apanágio de Mendes ou da JSD, o bispo emérito de Aveiro também não foge à regra.
D. António Marcelino acusa o PS de andar "publicamente de mãos dadas com a Maçonaria", garantindo que o objectivo é "fechar o Homem à dimensão do transcendente, por via da educação e dos meios de comunicação social". Diz o prelado que "a Maçonaria portuguesa está a aparecer, de novo, com algum espírito de 'carbonária', eivada de um acirrado laicismo, tendo no horizonte os 'valores republicanos', lidos unilateralmente, e empenhando-se por introduzi-dos como inspiradores das leis que devem reger o povo".
Vão longe os tempos em que a Igreja dominava a seu bel prazer impondo e ditando regras que podem ser vistas como o desejo de manter o obscurantismo que tanto serviu à Igreja portuguesa.
Os tempos são outros. E mesmo nas comunidades mais tradicionais, onde a figura do prior impera tanto ou mais que o presidente da Junta de Freguesia ou do presidente da Câmara Municipal, se pode constatar que o "rebanho" (palavra tão do gosto dos responsáveis da igreja e que tem uma conotação prejorativa acentuada) já tem "ovelhas" que se tresmalham.

Então e agora. Os nossos comentadores e os políticos de direita que tanto gostam de elevar o PP espanhol não comentam o caso da compra de votos com alimentos.
Marcelo que adora enaltecer Mariano Rajoy e trazer para a rua da amargura Zapatero não comenta?

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Montenegro tem de mandar parar com os disparates... - deixar que alguém que dirige interinamente o INEM com todas as falhas que se verificar...