Numa declaração lida na São Caetano à Lapa, Mendes considerou que "não há condições políticas para gerir a Câmara com eficácia, a bem de Lisboa e dos lisboetas e que quando assim é "o melhor em democracia é devolver a palavra ao povo. Promover a realização de eleições para a Câmara de Lisboa."
Que não havia condições para governar já todos tinhamos percebido e o próprio Mendes também, o que ele não queria era provocar eleições, já que Carmona fora uma escolha pessoal do líder.
Entretanto o líder do PSD quis aproveitar para nos atirar com areia para os olhos dizendo que a sua atitude foi concertada com Carmona Rodrigues, como se nós acreditássemos, dizendo que: "É esta a posição do PSD. Foi isto mesmo que transmiti pessoalmente ao presidente da Câmara - que comigo coincidiu na orientação definida - e a todos os vereadores, a quem solicitei que renunciem aos seus mandatos para promover a realização de eleições".
Foi pena não ter aproveitado esta frase para esclarecer se tinha solicitado renúncia aos mandatos por parte dos deputados municipais.
Mas claro que se percebe a jogada de Mendes.
Mendes já percebeu que cometeu um erro estratégico que o vai penalizar em duas frentes. Uma das frentes é na imagem do PSD.
Claro que as pessoas vão olhar para o boletim de voto nas intercalares, independentemente de quem for o cabeça-de-lista do PSD, e vão lembrar-se deste período de tempo que não deixa boas recordações. Sim porque quer queiramos, quer não é um facto inquestionável que a autarquia lisboeta andou positivamente à deriva tantos foram os escândalos, situações menos claras, economia e finanças, enfim foi uma boda aos pobres. Sendo assim é claro que isto poderá repercutir-se nos votos e não será de descartar a hipótese de o PSD levar "nas orelhas". A ser assim Marques Mendes joga a sua cartada: mantém a assembleia maioritariamente afecta ao PSD, no sentido de tornar ingovernável caso vença a oposição. Logicamente e repercutindo o cenário da oposição sair vencedora, se a assembleia "manietar" o executivo é evidente que o PSD tudo fará para que o odioso da questão então se repercuta na oposição.
Esta foi a forma que Marques Mendes planeou para que os rombos na sua liderança sejam os menores possíveis.
Mas este caso da autarquia de Lisboa tem outra frente para Marques Mendes: trata-se da sua permanência como presidente do PSD.
As grandes cabeças pensantes do PSD (Borges, Sarmento, Menezes, Rebelo de Sousa, Santana Lopes entre outros) tinham estabelecido para Marques Mendes 2009 como prazo de validade. Quer isto dizer que Mendes iria conduzir os destinos do partido durante estes quatro anos, fazer um bom trabalho na oposição que com uma péssima performance do governo daria para que nas próximas legislativas um dos ilustres pensadores subiria à tribuna para disputar o lugar.
O que na realidade se tem verificado é que Mendes a cada dia que passa é uma oposição mais ineficaz tipo nem lá vou nem saio de cima, se é que entendem. Sendo prova disso o posicionamento quer do PS, quer do Governo, quer mesmo de Sócrates aliado ao facto de Mendes não conseguir que o partido descole dos valores protagonizados por Santana Lopes. Claro que isto é perceptível se ouvirmos os comentadores de serviço do PSD: Marcelo e Pacheco Pereira.
O primeiro no seu estilo vichyssoise aproveita para durante cinco minutos o defender para no minuto seguinte lhe desferir um golpe que só não é fatal porque de momento não interessa.
O segundo fica tão incomodado quando tem de do defender na "Quadratura do Círculo", que é um gozo tremendo assistir ao programa (para assistir em mp3 é seguir o link e verem a de ontem).
Lá foi o sr. arquitecto. O cabeçalho do semanário "Sol" tem inscrito desde o primeiro número, em Setembro passado, a frase "Um jornal que vale por si. Este semanário não oferece brindes nem faz promoções".
Treta sr. arquitecto.
O que se passa é que o jornal que iria destronar o "Expresso" em meia dúzia de meses, não consegue implantar-se (actualmente vende 60 mil exemplares contra 100 mil do "Expresso") e o seu director, José António Saraiva, "morreu" como o peixe: pela boca, já que a administração decidiu distribuir entre Junho e Agosto com a sua edição semanal uma colecção de livros de História.
Uma exposição polémica. Chega este fim-de-semana a Lisboa a polémica exposição sobre o corpo humano.
Estamos perante uma concepção diferente e inédita que permite ao público em geral explorar os mistérios de sua própria existência. Trata-se da exposição: "O corpo humano como nunca se viu".
São 16 corpos e 225 órgãos verdadeiros que revelam - em todos os seus aspectos - o funcionamento do corpo humano e dos seus sistemas.
Esta exposição tem um carácter prioritariamente educativo, e foi desenvolvida sob a direcção médica do norte-americano Dr. Roy Glover. Ela apresenta corpos e órgãos de indivíduos acometidos de morte natural, que optaram por participar num programa de doação dos seus próprios corpos em benefício da ciência e da educação, realizado pela República Popular da China.
A iniciativa fornece material anatómico para comunidades médicas e científicas, para fins educacionais e de pesquisa, não só em território chinês - onde se encontram os maiores especialistas na dissecação de corpos - como também no exterior.
A história da Humanidade é fértil em grandes personalidades que estudaram e escreveram sobre o corpo humano: Aristóteles, Platão, Hipócrates, Vesalius e Descartes. Também artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Raphael e Rembrandt contribuíram com significativos legados no que se refere à imagem do corpo a partir da combinação do talento e da observação detalhada. Com base nas raízes deste conhecimento e propondo um tratamento inovador e de muito respeito ao tema, esta exposição utiliza corpos e órgãos dissecados para revelar a função de um sistema anatómico completo e seu papel no corpo como um todo, e para possibilitar uma melhor compreensão de como os maus hábitos ou doenças podem interferir no seu funcionamento estão colocados lado a lado órgãos saudáveis e não-saudáveis.
A exposição é dividida em nove sectores para representar cada sistema do organismo humano: "Esqueleto" e suas mais de 100 juntas, evidencia o papel condutor e regulador do "Sistema Muscular"; a velocidade impressionante de comunicação das células do "Sistema Nervoso"; a utilização do oxigénio pelo "Sistema Respiratório" e os processos químicos e mecânicos que compõem o "Sistema Digestivo".
Contempla ainda o processo de filtração contínuo do "Sistema Urinário", a combinação única dos cromossomas do óvulo e do esperma e a formação embrionária no "Sistema Reprodutor"; a manutenção da vida pelo "Sistema Circulatório" e a preservação de um corpo saudável graças aos avanços das pesquisas médicas e tecnológicas. Neste último segmento, são lembrados ainda o desenvolvimento de próteses para a maioria das partes do corpo e os equipamentos que auxiliam os médicos na sala de cirurgia.
2. O espécime é dissecado para apresentar sistemas e estruturas específicos.
3. A dissecção é imersa em acetona para evacuar toda a água do corpo.
4. Desidratado, o espécime é colocado num banho de polímero de silicone e selado numa câmara em vácuo.
5. Em vácuo, a acetona sai do corpo em forma de gás e é substituída pelo polímero de silicone até ao mais profundo nível celular.
6. O polímero de silicone endurece com a cura.
7. O espécime preservado permanentemente, com a estrutura intacta, está preparado para ser examinado e estudado.
A mostra está aberta ao público a partir de Sábado, no Palácio dos Condes do Restelo, ao Príncipe Real e estará aberta até Setembro.
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