segunda-feira, 14 de maio de 2007

Uma fé violenta. Não é novo este meu desejo de falar nesta matéria, só que a ocasião ia sendo sempre adiada, por este ou aquele motivo.
Este fim-de-semana, porque estão reunidas todas as condições, resolvi trazer a questão a debate.
Claro que quando falo de uma fé violenta não estou a referir-me à guerra santa (jihad), antes pelo contrário estou a referir-me isso sim a cumprimentos de promessas verdadeiramente violentos e inaceitáveis.
Vi, numa reportagem da televisão sobre as festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres em Ponta Delgada, muita gente de joelhos a percorrer não sei que distância mas num espaço empedrado, situação que acredito ser verdadeiramente atrós e que merece o repúdio de todos, incluindo dos responsáveis religiosos.
Mas nem só em Ponta Delgada.
Este foi o fim-de-semana do treze de Maio, altura que faz convergir para Fátima milhares de pessoas.
Também lá, embora num chão não empedrado, mas que não deixa de ser violento, encontramos pessoas a percorrer um determinado espaço de joelhos, espaço esse que julgam corresponder à sua promessa.
Ainda relativamente a Fátima pude ler durante a semana num jornal diário a reportagem que falava de um rapazito de 9 anos que este ano acompanhava a mãe na peregrinação a pé para Fátima. Dizia a mãe que percorriam cerca de 50 km e que o seu filho ainda tinha energia, após a caminhada, para jogar à bola. Tanto quanto me lembro a distância da peregrinação rondava os cerca de 400 e tal kms.
Quer no Continente, quer na Ilha estamos perante cumprimentos de promessas e provas de fé (se tal se pode chamar)a que estão subjacentes um inconcebível e visível sofrimento físico.
É a este inconcebível e vísivel sofrimento que os responsáveis devem por fim imediatamente.
Estas peregrinações não podem ser vistas (especialmente a de Fátima) como uma simples vertente economicista, de que a nova Basílica é expoente máximo, pelos responsáveis religiosos. Devem antes ser vistas com profundo respeito quer para nelas participa, quer para com a simplicidade de uma religião que mais não é do que a vivência simples de um grupo de homens e mulheres que possivelmente se envorgonhariam se viessem agora à terra e se deparassem naquilo em que se transformou a Igreja Católica Apostólica Romana.

É impressionante. A notícia deixa qualquer um de boca aberta. Não basta e até não sei se é primordial derrubar os autarcas arguidos, porque mais importante do que isso é denunciar e derrubar a teia de interesses que se move no circulo da autarquia.
O texto que a seguir reproduzo foi publicado na pag. 8 do "Expresso" do passado sábado:

"PJ quer ver contratos de trabalho de 200 assessores
Com o elenco da autarquia lisboeta caíram duas centenas de assessores. Lipari passa de vereador a funcionário da Gebalis
São cerca de 200 os contratos de trabalho que a Polícia Judiciária recolheu na autarquia lisboeta na passada quarta-feira, correspondentes a assessores que foram recrutados na presidência de Carmona Rodrigues. A PJ vai agora interrogar todos os assessores bem como os vereadores para perceber o que cada um dos colaboradores fazia e os termos em que foram firmados os contratos.
O número inflacionado de assessores foi uma questão já denunciada em finais de 2005, mas a grande ‘invasão’ de colaboradores surge na passagem da presidência de João Soares para a de Santana Lopes. Alguns dos actuais saíram com Santana e regressaram com Carmona. Esta é outra das questões que estão a ser passadas a “pente fino” pela Judiciária, segundo fontes policiais.
A situação das assessorias é bastante complexa. Desde logo porque a somar ao exército de colaboradores, cujo vínculo se resumia a um recibo verde, há muitos outros que iniciaram o seu trabalho nas empresas autárquicas (sem limitações nos quadros), mas que efectivamente prestavam serviço junto da vereação.
Um exemplo concreto é o de 11 funcionários da Gebalis que, consumada a queda do elenco camarário, vão regressar à empresa depois de terem dado apoio aos vereadores sociais-democratas Sérgio Lipari e Amaral Lopes.
O próprio Lipari, responsável, na gestão de Carmona, pelos pelouros Acção Social, Criança e Habitação Social, entrou para a autarquia durante o mandato de Santana Lopes como assessor de Helena Lopes da Costa. Passou depois para a Gebalis, onde chegou a director-geral. Com Carmona, chegou à vereação com a tutela da empresa da qual fazia parte. Abriu guerra à actual administração da Gebalis, mas agora, depois de um período de férias, vai ter que se apresentar como mero funcionário.
A colocação dos «boys» será uma dor de cabeça sobretudo para os vereadores com pelouro. Não tanto por, subitamente, terem sido confrontados com o fim de um vínculo que lhes valia um salário (na sua esmagadora maioria regressarão aos lugares de origem), mas sobretudo pelo conjunto de colaboradores que haviam contratado. Muitos destes ficarão agora no desemprego ou, como prefere dizer a vice-presidente da autarquia, Marina Ferreira, “terão de procurar lugar no mercado de trabalho”.
A ex-vereadora do PSD regressará à Carris, onde trabalha desde 1982, mas não para já. Durante os próximos dois meses, antes de ser encontrado um novo elenco, Marina Ferreira presidirá à EMEL, empresa camarária para a qual foi designada. O mesmo acontecerá com Amaral Lopes, que pertence aos quadros do Instituto do Cinema e do Audiovisual e Multimédia (ICAM). Porém, também este aguardará um substituto na presidência da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC). Humberto Costa hmcosta@expresso.pt"


Mete nojo

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