Andam incomodados. O presidente do Supremo Tribunal de Justiça declarou-se ontem a favor do aumento no valor das indemnizações a pagar pelos órgãos de comunicação social nos processos em que são condenados por ofensas à honra de pessoas visadas por notícias.
Eu sei que nem tudo é ouro no que se refere aos jornalistas, mas que diabo será que são eles sempre os maus da fita?
Ou será que tudo isto só advém do facto de os jornalistas estarem mais atentos à justiça do que estavam anteriormente?
Não sei porquê mas estas palavras trazem-me à memória um episódio recente.
Pois bem, na passada sexta-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel esteve em Portugal e decidiu dar uma conferência de imprensa, ou antes uma espécie de conferência.
Tenho que dizer espécie, porquanto que as câmaras de TV estavam probidas de entrar e a Rádio podia gravar mas não transmitir.
Por este andar acredito que mesmo a imprensa escrita teve direito a "lápis azul".
Não andarei muito longe da verdade ao dizer que este é o modelo ideal para Noronha de Nascimento.
Lá para os lados da Palestina. Recentemente critiquei o afastamento do Hamas do Governo Palestiniano. Aliás julgo que foi a pior decisão que podiam ter tomado.
Mas para além disso existe algo mais escandaloso.
A União Europeia decidiu retomar a ajuda financeira directa ao novo Governo exclusivamente formado pela Fatah, ajuda que tinha sido suspensa em Março quando, apesar de democraticamente eleito, tomou posse um Executivo dominado pelo Hamas, um movimento que Bruxelas entende ser terrorista.
Claro que também George W. Bush já informou o presidente Abbas que pode contar com a ajuda dos EUA que já levantaram o boicote à Autoridade Nacional Palestina, logo que esta excluiu o Hamas do novo Governo.
Curiosamente Abbas pediu a Israel que ajude a fortalecer o novo Governo da Fatah na Cisjordânia, seja libertando presos, seja pelo apoio económico, mas, sobretudo, pela reorganização das suas forças.
Como é evidente, o objectivo de Abbas, cujo Governo só controla a Cisjordânia, é aumentar a popularidade da Fatah pela via alimentar e pela segurança.
O que todos não querem ver é que neste momento a Palestina tem dois primeiros-ministros em actividade, Ismail Haniyeh do Hamas e Salam Fayyad da Fatah, sendo que o Hamas não só continua firme em Gaza como alarga as hostilidades à Cisjordânia, dominada pela Fatah.
Claro que tudo isto origina o quê? Que o território palestiniano continua a ferro e fogo, acentuando-se a crise humanitária e as detenções sem culpa formada.
Conclusão, estão de parabéns, novamente, os EUA, a União Europeia, a Rússia, a China e Israel, que no seu afã carregado de hipocrisia continuam a destruir a Palestina e os Palestinianos.
Não há fome que não dê em fartura. De repente todos começaram a fazer estudos sobre a localização do aeroporto.
Primeiro eram os estudos do Governo sobre a Ota, depois apareceram uns empresários liderados por Van Zeller e a CIP (com o dedo de Cavaco pelo meio) que pagaram uma verba choruda cada um para financiar um estudo sobre Alcochete.
Agora aparece a Associação Comercial do Porto que vai financiar um estudo que defende que o aeroporto de Lisboa deverá manter-se na Portela, com o apoio de uma outra infra-estrutura de média dimensão, também na zona de Lisboa, sendo que neste estudo Rui Moreira, líder da Associação do Porto, tem o apoio de Ludgero Marques e da Associação do Turismo.
A minha opinião já a divulguei: Avenida 24 de Julho e Avenida da Índia.
Se a minha ideia não for viável eu avanço na defesa da Ota, de Alcochete, da Portela+1 e mesmo do Poceirão. Ou seja 4 de uma vez e ficamos servidos até à eternidade.
Agora a sério. Faz-me impressão que as associações e alguns patrões estejam dispostos a gastar este dinheiro todo em estudos quando, nas negociações salariais eles chegam a rejeitar valores verdadeiramente irrisórios.
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