quinta-feira, 14 de junho de 2007

Quando comentei que o discurso comemorativo do 10 de Junho do Presidente da República tinha algo de diferente, estava longe de saber que esse algo estava logo a seguir.
É verdade o discurso foi a base para aceitar um novo estudo sobre o aeroporto de Lisboa, não na Ota, mas sim no Montijo.
Claro que eu também defendo que devem ser estudados todos os locais possíveis, o que me provoca alguma admiração é o facto de aqueles que mais contestam a localização tenham estado no governo com a Ota já como ponto primordial e nunca tenham avançado com outro sítio e só agora que alguém teve a coragem política de avançar é que aqui-del-rei.
Mas voltando ao estudo, eu acho muito bem que se estudem outros locais. Eu próprio posso sugerir - e porque vejo que todos querem Lisboa - a Avenida 24 de Julho e a da Índia: é dentro de Lisboa, fica com vista para o Tejo, permite que se dê uma volta aquela zona.
O Van Zeller faz um desconto na Junqueira (já que ele não quer a Ota), Cavaco prescide da sua grande obra de arte, o CCB, a Marinha oferece a Cordoaria Nacional (já não são precisas cordas nem velas), Portas e Santana oferecem a Moderna (e também já não é muito), Mexia leva o Museu da Electricidade para .
o EUA, onde a EDP comprou aquela grande eólica, a Refer coloca a linha de Cascais abaixo do solo e todos ficam satisfeitos.
Falando agora a sério como é que Cavaco aceita este estudo?
Isto não é um estudo qualquer. Estamos perante um estudo particular que só era do conhecimento de Van Zeller e não da equipa dirigente da CIP, aliás não entendo o porquê de lá estar referido o nome de tal estrutura.
Mas mais, se Van Zeller diz que não foi a CIP que pagou, quem foi?
A história de que não é importante quem pagou a factura e de que talvez nunca se saiba quem abriu os corões à bolsa é de uma perigosidade sem precedentes.
Então aceitam-se estudos sem que se saiba quem são os seus financiadores? E se foi financiado pelo lobby de Alcochete.
O Presidente ao aceitar este estudo cometeu uma gaffe do tamanho do CCB, a não ser que tenha sido elaborado e patrocinado pela Presidência da República e então o caso é ainda mais grave.
É importante e urgente que o Presidente explique porque aceitou o estudo e se sabia ou não quem o financiou.
Só espero que não seja tudo uma guerra de Troia.

Ontem ouvi Pacheco Pereira atacar de forma vergonhosa o Governo e o PS. A ética foi o seu cavalo de Tróia e nem o PS espanhol escapou.
Gostaria de deixar aqui dois apontamentos:
Primeiro - será verdade que os deputados do PSD estão a atrasar a nomeação do substituto de Rui Pereira no Tribuna Constitucional, para daí tirarem proveito?
Segundo: o PS espanhol é mau, mas não compra votos com senhas de alimentação.
É a ética senhores, é a ética.

Sem comentários:

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