segunda-feira, 4 de junho de 2007

Um país de loucos. Se não fosse tão trágica, poderíamos dizer que estávamos perante um drama que seria retratável numa qualquer telenovela da TVI.
Mas passemos aos factos.
Era uma vez duas irmãs que em 2005 foram separadas. Uma ficou com o pai, a outra foi entregue na Ajuda de Berço em Lisboa, onde recebe semanalmente a visita do pai e da irmã de cinco anos.
Chegaram a esta situação quando os pais das duas meninas se separaram porque a mãe enfrentava problemas de alcoolismo. Um juiz decidiu então que a mais velha ficaria com o pai e a mais nova – então com poucos meses – seria entregue à mãe. Mas esta não teve sorte. Negligenciada pela mãe, o seu nome voltou à barra do tribunal. Não podia ficar com a mãe, o pai estava a arranjar a vida, o que fazer? A avó das crianças – uma mulher de 73 anos – disse ao juiz que poderia ficar com a neta, até porque já cuidava durante a semana co a menina mais velha e tinha a seu cargo outras duas netas adolescentes que podiam ajudar. Mas o tribunal entendeu que a menina ficaria melhor numa instituição e voltou a condenar as duas irmãs à separação.
E este pai, com 50 anos, camionista de profissão que mudou os seus horários de trabalho para acompanhar a filha que lhe foi entregue, quer que a outra regresse à família. Voltou a casar com uma mulher, que demonstra afecto e carinho pelas enteadas. No entanto, a equipa técnica da Segurança Social que acompanha a menina entregue à Ajuda de Berço sugere no relatório que será apresentado ao juiz que a menina seja adoptada.
Se tal acontecer as duas irmãs muito dificilmente voltarão a brincar juntas.
É curioso porque Sandra Anastácio, presidente da Ajuda de Berço, refere “Não é um pai negligente, nem falha uma visita e não temos nenhuma prova que nos diga que a criança não pode regressar à família”, mas acrescenta no imediato que "Nós temos muitas dúvidas se esta criança deve ficar com o pai ou não".
A Segurança Social vai mais longe e afirma “As técnicas não têm dúvidas de que esta criança corre perigo se regressar à família”.
Vivemos num país de loucos e, pior do que isso, cegos.
As senhoras técnicas têm dado pareceres que se verificaram serem profundos e rotundos falhanços.
Mas para além disso como é que é, privilegia-se ou não os laços biológicos?
No caso da pequena Esmeralda os laços biológicos de alguém que só quis ser pai depois da GNR e o tribunal o terem obrigado a fazer o teste de ADN ditaram a lei.
Aqui a biologia foi mandada às urtigas, apesar de ser um pai cumpridor, um pai que não foi obrigado a fazer qualquer reconhecimento, um pai que faz tudo pela filha que com ele já habita, enfim... um PAI.
Talvez seja altura de nós avaliarmos estas técnicas, se elas podem ou não dar opiniões.
Mas o juiz que em 2005 decidiu entregar a filha mais pequena à mãe quando esta enfrentava problemas de alcoolismo também merece uma avaliação, mas das sumárias.

A confiança dos empresários portugueses melhorou em Maio pelo quarto mês consecutivo e a confiança dos consumidores também melhorou, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística hoje divulgados.
Os inquéritos de conjuntura às empresas e aos consumidores mostram que o indicador de clima, que agrega as expectativas dos empresários da indústria, serviços, comércio e construção, subiu de 1,0 para 1,2 por cento entre Abril e Maio, atingindo o valor mais elevado desde meados de 2002 e completando quatro meses consecutivos de aumentos.
Ao mesmo tempo, o indicador de confiança dos consumidores melhorou, ao registar uma queda mais pequena do que em Abril e interrompendo a tendência de deterioração iniciada em Novembro.
A justificar o optimismo dos empresários estiveram as subidas na confiança na indústria transformadora, completando cinco meses consecutivos de ganhos, nos serviços (atingindo o máximo da série) e na construção e obras públicas (houve um novo desagravamento do indicador).
O comércio foi o único sector onde a confiança baixou, interrompendo a tendência de melhoria dos três meses anteriores, com o segmento do comércio a retalho a ser o único responsável, já que o comércio por grosso voltou a melhorar.

Esta indicação deita por terra a grande parangona do "Expresso Economia" deste fim-de-semana.
Na primeira página rezava assim:
"Governo desilude
O painel Conselho dos 12 formado por empresários, gestores e economistas baixou de novo a avaliação do Executivo. Sócrates está à beira da negativa
Decorridos pouco mais de dois anos sobre a tomada de posse, o Governo parece ter perdido o estado de graça mesmo junto da sua principal base de apoio: os empresários. O Conselho dos Doze deste mês — barómetro do Expresso que reúne 12 figuras de referência da economia, macroeconomia e gestão nacional — desce pela primeira vez à nota 10. Esta classificação é particularmente mais cinzenta se for tido em conta o arranque fulgurante de Sócrates e do seu Governo: 13 valores na estreia, em Abril de 2005.
Os sintomas de desencanto com o Executivo foram particularmente notórios em três momentos: críticas quanto à lentidão nas reformas, nomeadamente na da ‘flexisegurança’ e reforço da competitividade do país; enormes dúvidas quanto aos critérios do Governo que estão na base do aeroporto da Ota e ainda a posição pouco frontal do Executivo no dossiê da OPA da PT. Foi, aliás, na ressaca das confusões sobre OPA, Ota e licenciatura do primeiro-ministro que a nota média do Executivo caiu de um confortável 12 para 10,5 (que tecnicamente ainda é 11). Mas bastaram dois meses para a nota chegar ao ponto actual: 10,16 valores. Ainda está longe dos 6 valores atribuídos a Santana Lopes, mas algo parece estar a desmoronar-se junto da economia."


No interior continuava o seu delirante bota-abaixo. Agora, o bera da questão, são estas notícias e que deviam obrigar o jornal a redimir-se das bacoradas que entretanto vai lançando.

Sem comentários:

Cavaco pede para este aquilo que não permitiu para os anteriores... a história fará a justeza de o ignorar quando a morte vence é sinal da ...