sexta-feira, 29 de junho de 2007

Seria imperdoável da minha parte não imortalizar aqui a frase de Manuel Alegre dita à Lusa ontem a propósito da exoneração da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, que considerou desproporcionada.
Diz assim o poeta: "Pretendi educar muita gente no PS dentro desse espírito de tolerância, mas, pelos vistos, sem resultados"
E eu digo: palavras para quê, mesmo sem Pasta Medicinal Couto, é um artista português.

Ontem avançou, com anos de atraso é verdade, uma importante decisão no âmbito da Lei da Liberdade Religiosa, aprovada a 22 de Junho de 2001.
Trata-se da medida que determina que os casamentos religiosos com efeito civil deixam de ser um exclusivo da Igreja Católica e alargam-se a outras confissões religiosas radicadas no nosso país há mais de 30 anos.
Não está em causa a Igreja Católica. O que está causa sim é tão só e apenas descomplicar um um complicado processo legal: o casamento religioso celebrado perante um ministro de um culto a que o estado português reconhece estabilidade e idoneidade passa a produzir, em simultâneo, efeitos civis, dispensando um processo paralelo e moroso.
Num país cada vez mais globalizado, que deixou de ser líder de emigração para passar a ser baluarte de imigrantes, cuja sociedade evoluiu de forma deveras acentuada, é uma medida que se deve saudar profusamente.

Será deveras desagradável e de repercussões incalculáveis se se confirmar que Saldanha Sanches chumbou nas provas de agregação na Faculdade de Direito de Lisboa por motivos estranhos ao trabalho apresentado.
As provas de agregação consistem numa discussão entre os professores arguentes e o candidato, onde é analisado o seu "curriculum vitae", o relatório da disciplina escolhida pelo proponente e, por fim, a lição síntese proferida pelo próprio.
Será que o trabalho do reputado fiscalista estava assim tão mau? Foi o seu "curriculum"? Algo não está claro em tudo isto, sendo que esta minha opinião se baseia num facto incontestável e na opinião de um aluno e de um ex-aluno da Faculdade.
O facto incontestável é que não é normal um candidato reprovar nas provas de agregação, depois do seu trabalho original ter sido aceite pela universidade na qual irá prestar provas.
As opiniões merecem ficar registadas.
A do ex-aluno reza assim:
"Li com alguma surpresa esta notícia. Estamos a falar do Sr. Professor Saldanha Sanches, de quem fui aluno, quando estudei na minha saudosa Faculdade de Direito de Lisboa? Estamos a falar do mesmo homem que teve 18 valores, enquanto estudante, numa brilhante oral que fez com o Professor Soares Martinez? Quando este último quis, porque quis, chumbar tudo o que era aluno, só pelos simples facto de um aluno não saber o que continha as notas de rodapé dos seus livros? Não, não deve ser. Estamos a falar de um outro Professor Saldanha Sanches...O Professor Saldanha Sanches é um dos poucos génios de Direito Fiscal que temos em Portugal. Um dos raros homens que consegue perceber o que está legislado nesta matéria, quando nem o próprio ministro o sabe. Pois é, se alguém se atreve, neste país de mentalidades curtas e de subserviência, a acusar os "big shots", tem a sua vida profissional, académica, e sabe-se lá mais o quê arruinada." Pedro Gouveia, 10:43 de 29/06/07
A do aluno diz:
"Independente da justeza ou não do chumbo da tese de catedra do Prof. Doutor Saldanha Sanches, só tenho a dizer que é um dos professores mais aplicados e exemplares da Faculdade de Direito. Raramente falta, publica o programa da disciplina, tem uma página no site da faculdade com a matéria, vai a todas as provas orais, é acessível e sempre disponível. Ou seja é um Professor como poucos há na Faculdade de Direito de Lisboa. Ao contrário de outros como o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa que é mais professor fora da faculdade que dentro." Aluno, 09:01 de 28/06/07
Para que conste estes textos são comentários à notícia "Saldanha Sanches chumbado no exame" publicada no "Portugal Diário" em 2007/06/27, às 18:54.

E para terminar aqui deixo o despacho de acusação do professor Fernando Charrua.

Sem comentários:

Cavaco pede para este aquilo que não permitiu para os anteriores... a história fará a justeza de o ignorar quando a morte vence é sinal da ...