Tudo na retranca. Os candidatos a presidente do PSD estão todos na retranca. A continuar assim, Mendes arrisca-se a ir sozinho a um jogo onde ele definiu as regras, os prazos e só não definiu os jogadores porque não pode.
Com esta atitude Mendes só adia o inevitável: a sua queda, para além de arrastar o PSD pelas ruas da amargura durante mais dois anos.
Acontece que um governo precisa sempre de uma oposição credível e forte.
A verificar-se esta desgraça o PS vai passeando-se pelo poder alegremente sem ninguém que lhe consiga, pelo menos, bater o pé.
Claro que isto depois traduz-se na Assembleia onde o primeiro-ministro continua, mesmo sem uma prestação brilhante, a bater aos pontos os seus adversários. É quase caricato, se não mesmo penoso, ver os líderes da oposição serem simplesmente trucidados.
Mas se Mendes e o PSD não estão bem, o PP e o seu líder estão de rastos. Portas aproveitou o seu discurso no Conselho Nacional que durou uma hora e quarenta e cinco minutos para dissertar sobre as razões do desaire em Lisboa.
Curiosamente, ou não, nunca se apresentou como principal e único responsável por tal funesta votação, aliás, dedicou mais ou menos trinta minutos a vestir a pele de vítima.
Atirou as culpas para o Estado (que vai processar), os nomes escolhidos para a lista não foram os melhores, etc e etc.
Mas claro continua na liderança, porque ele precisa deste partido para o seu projecto pessoal, sim porque o partido só existe para ele enquanto puder albergar o seu projecto.
No dia em que as coisas se complicarem quer com o partido em si, quer com a sua legião de fiéis seguidores, ele não hesitará um segundo que seja em mandar tudo às malvas.
Mais parece um combate de esgrima com toques de um e outro lado a luta pelo poder no BCP. Jardim Gonçalves, fundador, e Paulo Teixeira Pinto, anteriormente delfim e hoje rival, estão tão empolgados na sua guerra que, desconfio eu, nem pensam nos microaccionistas da instituição que merecem todo o respeito.
O curioso é que Paulo Teixeira Pinto pode vir a ser salvo por Fernando Ulrich, o todo poderoso big-boss do BPI.
Quem haveria de dizer que após uma tentativa frustrada de OPA por parte do BCP ao BPI por vontade de Teixeira Pinto, seja agora o BPI que possa salvar a pele ao mandante da OPA.
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