quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Vamos à justiça

Começa a ser recorrente ter de falar da justiça em Portugal.
Podia comentar as palavras proferidas ontem pelo sr. Procurador da República, mas seria uma perda de tempo, porquanto as suas palavras há muito que entram por um ouvido e saem por outro logo a seguir.
Vou falar de justiça, mas relativamente às escutas do caso Casa Pia.
Ficaram os portugueses ontem a saber, através de um jornal diário, que um militante do PS e também ex-Ministro da Justiça teve problemas de saúde e que foi sujeito a uma intervenção cirúrgica que lhe limitou temporariamente as capacidades de contenção urinária.
E os portugueses souberam tudo isto porque faz parte das escutas telefónicas feitas a Ferro Rodrigues e validadas pelo juiz Rui Teixeira que as achou importantes e as mandou apensar aos autos da Casa Pia.
Como todos compreendemos esta é uma matéria deveras importante para os referidos autos porque esclarecedora sobre a matéria de facto.
Não sei porquê mas estou a imaginar a satisfação de Vera Jardim ao ver devassado em público um assunto do seu foro privado e que só a ele, à sua família e, talvez, a alguns amigos diz respeito.
Isto não se prende com o cabal esclarecimento da verdade, isto é tão só uma grosseira violação da privacidade e um atentado ao direito às liberdades e garantias do cidadão.
Foi pena esta notícia não ter aparecido mais cedo, porquanto gostaria de ter visto este caso ser discutido no congresso da magistratura.
Mas o dr. Baptista Coelho ainda está a tempo de o comentar, aliás julgo ser imperioso que o faça. E já agora escusa de pedir escusa por ser um caso concreto e que está em julgamento, porque queiramos ou não este caso tem tanto a ver com o julgamento em questão, como eu tenho a ver com o que corre nas águas do rio Nilo.

Ainda a justiça

Leiam o excelente artigo de Sarsfield Cabral em http://dn.sapo.pt/2005/12/07/opiniao/impunidade.html.

Voltemos aos exames

Ao que parece sou o único, ou dos poucos que estão de acordo com a nâo existência de provas de Português e Filosofia.
Os professores das disciplinas em causa já deram o seu aval. Os sindicatos dos professores também.
Resta-me concluir que desditosa a pátria cujos filhos renegam a língua.

Voltemos também ao debate

Luís Delgado escreveu hoje sobre o debate Alegre versus Cavaco.
Em face do que foi voz corrente, parecia mal que ele destoasse do empate e por isso resolveu brindar com um esclarecedor 2-2. Mas porque a sua consciência integralmente devotada a Cavaco, não parava de lhe chamar traidor, resolveu, de forma ardilosa, entregar a vitória a Cavaco Silva
Leiam o artigo em
http://dn.sapo.pt/2005/12/07/opiniao/cavaco_2_alegre_2.html e divirtam-se.

Termino como comecei: justiça

Não pode passar em claro o editorial do DN de hoje, por isso leiam em
http://dn.sapo.pt/2005/12/07/editorial/souto_moura_e_socialistas.html

1 comentário:

  1. Interessante , Brasil e Portugal deveriam se unir mais no estudo de suas relações jurídicas , o Brasil ainda têm muito a aprender.
    Um abraço.

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