sábado, 17 de novembro de 2007

Os jornais do fim-de-semana faziam algum alarido ao processo disciplinar movido pela RTP ao jornalista José Rodrigues dos Santos.
Este alarido é motivado por tomadas de posição de outros jornalistas e mesmo do Conselho de Redacção, tomadas essas que visam impedir o despedimento do referido jornalista.
Mas desenganem-se todos aqueles que vem neste movimentar dos companheiros um acto de solidariedade. Estamos antes perante um acto de uma hipocrisia do tamanho do Mundo. Como é que os companheiros se unem em sua defesa, se foi de alguns deles que partiu o descontentamento e a inveja de este jornalista ter um salário elevado, de dedicar mais tempo aos romances e à sua actividade de professor do que à de jornalista.
A minha opinião é de que Rodrigues dos Santos foi esperto e iniciou toda esta barafunda conscientemente, até porque sabe quer terá as portas abertas quer na TVI, quer na SIC. Depois porque não se esquece e muito menos perdoa a quem lhe trocou as voltas sobre o correspondente em Madrid.
Atenção que o exemplo de Marcelo Rebelo de Sousa pode não funcionar com outros personagens, por muito ensaio que exista.
Ainda sobre os companheiros gostaria de deixar aqui um texto de Bertold Brecht (1898-1956) que diz assim:

É PRECISO AGIR
Primeiro levaram os comunistas

Mas não me importei com isso
Eu não era comunista

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os sindicalistas
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou sindicalista

Depois agarraram uns sacerdotes
Mas como não sou religioso
Também não me importei

Agora levam-me a mim
Mas já é tarde.

Pois bem, todo este borbulhar tem por finalidade contrariar o texto, ou seja: eles acodem pelo Zé, não por ser o Zé, mas para que o mesmo não lhes aconteça a eles.

Para outros textos de Brecht, clicar aqui.

Sem comentários:

não sei porquê (ou até sei) mas parece que é preciso ajudar Marcelo a terminar o mandato com dignidade