quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A ponte que liga Constância a Vila Nova da Barquinha foi interdidata na terça-feira à noite, depois de o tabuleiro se ter deslocado cerca de 20 centímetros aquando ocorria a passagem de um comboio.
Agora e enquanto a ponte estiver fechada por falta de segurança e enquanto não houver uma solução, as alternativas passam por as pessoas utilizarem a ponte de Chamusca, que também está em obras, o que significa mais 60 quilómetros de percurso, ou por Abrantes, ou seja, mais 40 quilómetros.
Para além dos custos que tudo isto acarreta, existe algo mais preocupante e que nos deve fazer reflectir.
Tanto quanto se sabe as más condições da ponte já tinham sido detectadas pela Estradas de Portugal, já que esta desde há cerca de ano e meio que condicionou a circulação de pesados.
Então as más condições foram detectadas e só se limitou a circulação de pesados? E se se tivesse verificado o colapso da ponte aquando da travessia do comboio, ou mesmo de um carro que fosse? Agora estaria o país consternado possivelmente a chorar as vítimas e a assistir a mais uma comissão de inquérito para concluir o que já estava concluído há ano e meio.
Assim não vamos lá.

Sou demasiado ingénuo, ou serei demasiado estúpido!? Ricardo O. tinha acusado Paulo Pedroso no processo principal de pedofilia da Casa Pia, por abusos sobre alunos da instituição, mas o Ministério Público decidiu que não havia elementos suficientes para acusar Pedroso e o processo contra ele foi arquivado.
Motivado por isso mesmo Pedroso avançou com um processo por difamação contra esse antigo aluno. Pois bem, Ricardo foi ontem absolvido pelo Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, pelo que o caso é assim arquivado e a acusação particular de Paulo Pedroso não segue para julgamento.
Até aqui tudo normal. O que me provoca alguma estranheza é a justificação para o referido arquivamento.
Diz então a sentença: não estava provado a intenção difamatória do ex-aluno da Casa Pia, mas não se fica por apenas pela intenção, vai mais longe. Avança mesmo de que existem mais indícios de que as declarações de Ricardo O. sejam verdadeiras do que falsas.
Para o Tribunal, e pode ler-se na sentença, Ricardo O. foi vítima de abusos sexuais e o «relato fornecido pelo próprio revela-se, pela sua consistência, coerência, congruência e ressonância afectiva, compatível» com os abusos «que terão ocorrido entre os seus seis e catorze anos de idade».
O tribunal acredita ainda que os relatos dos abusos sexuais sofridos pelo ex-aluno da Casa Pia, hoje com 25 anos de idade, não são fruto de «simulação» e regista a «aparente autenticidade das emoções que acompanham os relatos, que lhe conferem a dimensão de experiências vivenciadas».
Para finalizar, a sentença conclui: «No entender deste tribunal, e ponderados os elementos indiciários supra elencados, apontam mais para a não falsidade das declarações do que para a falsidade das mesmas».
Esta conclusão é o quê? É a antítese do acórdão da Relação que deliberou pelo não pronunciamento de Pedroso? Expliquem-me.

Sobre o Acordo Ortográfico, com o qual não concordo, aqui está um bom artigo de Graça Moura.

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