sábado, 19 de novembro de 2005

Outras formas de luta

O "DN" de hoje dizia, sobre a manifestação de professores, "Revolta dos professores pára escolas e enche as ruas da capital".
Independentemente do que eu penso sobre esta onda de manifestações e protestos que tem assolado este Governo, gostaria de propôr uma forma de luta mais original.
Assim como indiquei aos estudantes do ensino superior que a sua presença nas aulas seria um protesto mais válido, também neste caso defendo que a contestação poderia ser com os professores nas escolas e os que pretendem contestar as medidas governamentais pura e simplesmente não dão aulas, mas permanecem na escola.
Mas isto que proponho para os professores, proponho para todos os trabalhadores. Fazer greve é estar no seu local de trabalho e não trabalhar.
É que tudo isto é muito bonito, mas se formos a ver a questão na sua essência verificamos que alguns fazem greve e depois descontam o dia nas férias e mais, fazem greve mas não contestam, ou ficam em casa, ou vão tratar das suas coisas e quando são greves à sexta-feira então é uma beleza.
É verdade que tudo isto passa por uma profunda mudança, mudança essa que deve começar dentro dos sindicatos. Sabemos todos nós que muitas das cúpulas sindicais são o resultado de alguns "aconchegos" e "empurrões" e não propriamente por vocação.
Mais. Como se vão perpetuando nos cargos, muitos há que ficam afastados da dura realidade do trabalhador até porque não trabalham (no sentido dito laboral) há muito tempo.
A luta dos trabalhadores não se define somente nas palavras de ordem e nas marchas. Ela vai para além disso. Ela é o combate diário no seu local de trabalho quer apontando os defeitos, quer sugerindo e não a "política do deitar-a-baixo a esmo" somente nas alturas de negociação ou de apresentações de alterações.
Talvez assim existisse maior abertura por parte do patronato e se evitassem umas quantas greves folclóricas que não conduzem a nada a não ser ao extremar de posições.
A terminar gostaria de deixar aqui duas notas.
A primeira prende-se com a luta dos professores. Sempre disse alto e bom som que os professores têm razão em alguns pontos, sendo que a idade da reforma é um deles.
A segunda nota vai para Francisco Louçã. Embora eu saiba que ele é professor a sua presença na manifestação só o diminui, porquqnto ele queira ou não é professor do superior, é candidato às presidenciais e é deputado, resumindo: a sua presença é um aproveitamento político da situação quer ele queira quer não.

Sem comentários:

não sei porquê (ou até sei) mas parece que é preciso ajudar Marcelo a terminar o mandato com dignidade