A Autoridade da Concorrência (AdC) propôs ao Governo recomendações que passam pela liberalização total do sector das farmácias.
As alterações desde a abertura de novas farmácias até ao preço dos medicamentos, onde são propostos descontos que podem chegar aos cinco por cento.
Até agora só os farmacêuticos podiam ser proprietários de uma farmácia, mas a AdC quer acabar com essa exclusividade e propõe que qualquer pessoa possa ser proprietária de um estabelecimento, incluindo os grossistas, que estavam proibidos de ter uma farmácia. Médicos e proprietários de laboratórios farmacêuticos, esses, vão continuar impedidos de ser proprietários. A direcção técnica mantém-se inalterável, terá sempre de existir um farmacêutico responsável pela sua supervisão.
É igualmente proposta a eliminação dos concursos para a instalação de novas farmácias e os critérios geográficos e de localização, ou seja, só podia existir uma farmácia para 4000 pessoas e a uma distância de 500 metros de outra farmácia. A AdC propõe ainda a eliminação de todas as restrições existentes ao trespasse, cessão de exploração e relocalização de farmácias.
Por fim o mesmo organismo defende que seja liquidada a actual dívida às farmácias, correspondente aos atrasos de pagamento das comparticipações, sendo substituída por dívida pública, que o mesmo é dizer, a dívida deve ser titularizada (transformada em títulos) para poder ser transaccionada no mercado bancário, advogando ainda que seja denunciado o acordo entre o Ministério e a ANF, passando o pagamento a ser feito directamente a cada farmácia.
Todas estas alterações são propostas porque, e no dizer de Abel Mateus, o sector é regulado por legislação de 1960, “inspirada no Estado Novo e na existência de corporações”.
Todos nós conhecemos o lóbi corporativista das farmácias que dominam o mercado impondo as regras que lhe interessam. Tudo o que seja feito no sentido de tornar o mercado mais justo merece o nosso aplauso e apesar de estas serem apenas recomendações, estou convicto que vão merecer o apoio do Governo.
Será possível?!
Fiquei hoje a saber que o candidato Manuel Alegre recusou os serviços de segurança da PSP, a que os candidatos presidenciais têm direito, por recear actos de espionagem do PS, nomeadamente do Ministério da Administração Interna (MAI), sendo que a espionagem temida por Manuel Alegre seria materializada nos relatórios que os polícias destacados para a segurança dos candidatos presidenciais são obrigados a enviar ao Ministério.
A ser verdade que o pagamento dos serviços de segurança privada, agora contratados, será suportado por um apoiante de Alegre, então isto significa que afinal não são só os outros que possuem contribuintes de alta escala.
Mas esta nota leva-me a dizer o seguinte: porquê de o MAI destacar agentes de segurança da PSP para os candidatos? A candidatura não é da livre vontade de cada um? Não é um desejo próprio? Se o é e nada indica o contrário, então cada um que assuma as suas responsabilidades. Mais o porquê da subvenção monetária? Estamos ou não em tempos de vacas magras?
Eu sei que a democracia tem custos e sinto-me feliz por dar a minha contribuição, mas há custos e custos.
Voltando ao candidato e à candidatura parece-me, e isto sou eu que nada percebo disto a pensar, que chegou a hora do vale tudo. O que interessa é criar factos, sejam eles políticos ou não.
Não posso terminar esta nota sem fazer referência a umas declarações que ouvi do candidato via TSF (http://tsf.sapo.pt/online/portugal/interior.asp?id_artigo=TSF167122) a propósito de Fernando Valle.
Fernando Valle não merecia isto até porque, e aproveitando uma excelente frase de um amigo meu, o simples e humilde médico de Coja nada tem a ver com o barão de Águeda, nem com ele nem com esta política comezinha destes candidatos (de todos).
Há espíritos que, por aquilo que foram, pela forma como se comportaram, devem poder continuar a vaguear por esses montes e vales com a mesma liberdade e serenidade que tiveram em vida, apoiados no nosso silêncio de profunda saudade e respeito.
Estamos mais pobres novamente e duplamente
A pianista Helena Sá e Costa faleceu no domingo à noite, na origem de uma queda em sua casa situada no Porto. Tinha 92 anos.
Após a aprendizagem feita em casa, primeiro, e as aulas do mestre Vianna da Mota, frequentou, depois, cursos em França e na Alemanha, tendo concluído o curso de Piano no Conservatório Nacional de Lisboa com 20 valores. O seu nome percorreu os mais prestigiados festivais do mundo; a sua técnica entregou-se aos mais conceituados compositores, dos quais sempre preferiu Bach. A sua dedicação, no entanto, nunca desprezou a excelência dos compositores portugueses, que tocou mais do que ninguém. O reconhecimento nacional veio-lhe sob a forma de múltiplas distinções Prémio Almada, em 2000 e Moreira de Sá, em 1939, são, apenas, dois exemplos.
A contrastar com uma discografia diminuta, as marcas deixadas através dos alunos que formou, e dos quais sempre destacou Pedro Burmester, é imensa. Hoje, os seus discípulos representam o mais alto nível de uma nova geração de pianistas.
Faleceu em Lisboa, com 80 anos, o actor, encenador e realizador Artur Ramos.
Artur Ramos foi o primeiro realizador efectivo da RTP, depois de ter sido responsável pelas emissões experimentais na Feira Popular. Na televisão dirigiu numerosas peças de autores como Tchecov, Carlos Selvagem, John Milligton Synge, Marivaux, Gervásio Lobato, Molière, Almeida Garrett, Gil Vicente, Calderón, Thorton Wilder, Oscar Wilde, Lope de Vega, Eugene O'Neill, Cervantes, Bernard Shaw, Mrozeck, Luís de Sttau Monteiro, Alfredo Cortez, Marcel Pagnol, Miguel Rovisco, António Ferreira, entre outros.
Como realizador assinou os filmes "Pássaros de Asas Cortadas", a partir de uma obra de Luiz Francisco Rebello, e "A Noite e a Madrugada", a partir de um original de Fernando Namora, de quem adaptou para RTP "Retalhos da Vida de um Médico".
Deve-se-lhe, enquanto encenador, a estreia em Portugal de "Os dias felizes" de Samuel Beckett, com Glicínia Quartin.
Artur Ramos fundou ainda duas companhias em Portugal, o grupo de Acção Teatral e a do Teatro Maria Matos. Foi crítico de teatro na "Seara Nova" e professor das escolas de teatro e cinema do Conservatório Nacional.
Por fim
Tintin e restantes personagens
http://www.tegneserier.homepage.dk/html/opgave/images/tintin.jpg.
Para terminar resta-me apresentar os meus parabéns a Tintin.
Tintin nasceu há exactamente 77 anos, no "Le Petit Vingtième" e, tomando em consideração o slogan da revista com o seu nome - "Para jovens dos 7 aos 77 anos" - , este seria, pois, o último ano em que poderia ler as suas próprias aventuras.
Tintin e o seu criador, Hergé, continuam a marcar profundamente a actualidade, embora a sua última aventura - "Tintin e os Pícaros" - ter a data de 1976 e daquele ter falecido em 1983.
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