quinta-feira, 5 de janeiro de 2006

Olha a novidade

O relatório da Inspecção-Geral dos Serviços de Justiça e a Inspecção-Geral do Ministério da Segurança Social concluiu que no caso da bebé de Viseu, o trabalho desenvolvido pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Viseu, não cumpriu com a lei, foi ineficaz e os seus técnicos estão mal preparados para lidar com situações de menores em risco.
O relatório especifica que a comissão teve quase um mês para investigar, mas não fez o que se impunha. As técnicas nunca falaram com os vizinhos, não contactaram a polícia – sabendo que o pai da bebé teve problemas de delinquência –, o hospital ou o centro de saúde que seguia a criança.
Pode ler-se ainda no relatório, que as técnicas também não se informaram com a Associação de Deficientes Mentais, onde a mãe da bebé frequentou um curso de formação profissional.
O que me preocupa é que foram precisos estes dias todos para concluir algo que foi visível nos dois ou três dias posteriores ao internamento da bebé.
O que me preocupa é demorarmos demasiado tempo em averiguações e posteriormente demoramos ainda mais tempo a agir.

O extraordinário das receitas extraordinárias

Segundo um parecer do Tribunal de Contas, as transferências dos fundos de pensões das empresas públicas só geraram receitas em 2003 e 2004. A partir daí só têm contribuindo para o aumento da despesa pública. No ano que agora findou o aumento está cifrado em 200 milhões de euros.
O mesmo parecer afirma que os impactos negativos directos serão crescentes e deverão atingir os 300 milhões de euros em 2014. Coisa pouca convenhamos. Indirectamente, o Estado também vai perder com a redução dos impostos sobre lucros e com os dividendos. Para exemplificar, o parecer cita o caso da Caixa Geral de Depósitos que devido à operação reivindica, para 2005, um reembolso do imposto sobre lucros no valor de 68,9 milhões de euros, deixando de, por outro lado, distribuir dividendos ao Estado, que só em 2004 foram de 272,3 milhões de euros.
Se a estes extraordinários números acrescentarmos as extraordinárias respostas dos autores de tais movimentos - Ferreira Leite e Bagão Félix - o que é que obtemos? Uma extraordinária asneira que vamos pagar caro.

Carlos da Encarnação adivinhou

O presidente da Câmara Municipal de Coimbra - Carlos da Encarnação - deve ter adivinhado que o Ministério do Ambiente está a preparar uma banda tarifária que determine os valores mínimo e máximo dos preços da água a praticar pelos gestores de sistemas de todo o País e vai daí fez aprovar pela Câmara um aumento de 12,5% no preço da água.

Será do queijito?

Só a ingestão de demasiada quantidade de queijo, penso eu, poderá ser responsável pelo esquecimento que Cavaco Silva denota.
Vem tudo isto a propósito do seu discurso de ontem no jantar/ comício do distrito de Setúbal realizado num dos pavilhões do Parque de Feiras e Exposições de Grândola.
Disse o candidato que “é preciso mais exigência, transparência e rigor em relação aos políticos. Os portugueses querem que aqueles que são nomeados para altos cargos da administração pública sejam nomeados pelo seu mérito profissional e não pelo cartão partidário”.
Será este o mesmo Cavaco Silva que foi em tempos primeiro-ministro. Não acredito. Deve ser outra pessoa.
Se têm dúvidas consultem o "Diário da República" e os Boletins oficiosos da época e vejam as nomeações. Era só mérito.

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Montenegro tem de mandar parar com os disparates... - deixar que alguém que dirige interinamente o INEM com todas as falhas que se verificar...