terça-feira, 10 de outubro de 2006

Voltamos sempre ao mesmo. Esta situação já começa a cansar. Sempre que se inicia um novo ano escolar aí temos nós mais umas ameaças contra as propinas do ensino superior.
Este ano, para não fugir à regra, os estudantes da Universidade de Coimbra decidiram encerrar ao trânsito, no dia 19 de Outubro, uma rua que dá acesso ao Pólo I, em solidariedade com os alunos que anualmente não se matriculam por razões económicas.
A rua escolhida foi a rua Padre António Vieira.
Não deixa de ser curioso que ainda é possível aceder a esse Pólo I pelas seguintes vias: Rua Oliveira Matos; Escadas Monumentais, pela Praça João Paulo II, pela Rua de Tomar, pela Couraça de Lisboa, pela Almedina e Rua da Matemática, pela Couraça da Estrela, pelo Jardim Botânico, pela Rua dos Combatentes, etc., etc., e etc..
O presidente da Associação Académica de Coimbra, Fernando Gonçalves, disse à Lusa que o encerramento é uma "forma de mostrar o nosso descontentamento pelos alunos que anualmente não têm acesso por razões económicas".
O problema de acesso pode ser dividido em duas partes: razões económicas e vagas.
Quanto às razões económicas alguém já fez verdadeiramente as contas?
Se fizermos a equivalência do valor das propinas em noitadas a que é que corresponde? Dá para quantas? Dez na Casa da Madeira? Para quantas cervejas na Praça? Para quantas noites no Garden? e no Dux? e no Aqui há Rato? e no Boémia Bar? e no Quebra Costas? Isto é só bares e não são todos, nem fui às discotecas.
Acreditem que o valor das propinas não dá para muitas noitadas (saí de Coimbra em 1998, sei bem do que falo, sei quem encontrava na noite coimbrã).
Vamos à questão das vagas.
Quantos e quantos andam a passear de curso em curso, nunca sainda da cepa torta e somente tapando vagas a quem pretende na verdade estudar? Alguém já se preocupou em fazer a conta aos "alunos fantasmas"? Claro que não. É uma matéria que ninguém está interessado em mexer.
Após que fica dito, já pensaram se eu fosse referir o parque automóvel que encontramos junto à Universidade e no espaço que lhe fica adstrito? Seria mais um rol deveras extenso não só das marcas, mas até onde vai o estacionamento.
Acho muito bem que debatam o futuro como licenciados, com a certeza que não compete ao Estado dar-vos um lugar de bandeja, debatam Bolonha e toda a sua incerteza, debatam instalações, isso sim. Deixem os dinheiros que é uma parte em que perdem sempre por a+b.

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