sexta-feira, 19 de outubro de 2007

É difícil começar o "post" de hoje. A indignação é tanta que me apetecia escrever três ou quatro palavras que podemos encontrar no Dicionário de Calão.
O primeiro-ministro inglês veio a Lisboa na sequência da reunião para a assinatura do Tratado de Lisboa, mas ao que parece os fundamentos da sua viagem são outros.
O sr. Gordon Brown esteve reunido com Sócrates para falar do caso Madeleine McCann (ao que parece, e tomando em consideração a resposta dada a um jornalista britânico, não é a primeira vez que tal acontece).
Ora eu, comum mortal, pensava que essa era uma questão de polícia e não de política, aliás estou em crer que se alguns políticos ingleses não tivessem metido o bedelho as coisas poderiam ter já outra luz que não têm. Toda a movimentação política à volta deste caso me tem aumentado o sentimento anti-britânico.
Ainda sobre este caso gostaria de ter visto o sr. Brown a pedir desculpas à PJ pelas alarvidades que os média e a família MacCann têm dito, mas claro isso era ter que engolir o fleuma britânico facto que se torna impensável.
Para além desta matéria, acredito que também a história com Mugabe tenha vindo "à tona de água".
Que diabo, a gente sabe que Robert Mugabe não é aquilo que podemos designar por democrata, aliás não é fácil encontrar em África países onde impere uma verdadeira democracia. O que se verifica é que os governos trabalham em prol de uma casta de dirigentes e do seu séquito, desprezando, ou alheando-se da globalidade. Mas para a existência deste facto muito contribuiu a Grã-Bretanha enquanto potência colonizadora, que mais não fez do que (à semelhança de outros países) impôr naquelas longínquas paragens conceitos de poder, de vivência e mesmo culturais que em nada se adequavam à população nativa.
Mas voltando à questão principal importa salientar este facto: Mugabe é um ditador todos nós sabemos, mas Brown chegou ao poder como? Por sufrágio? que eu saiba não.

Jerónimo está contra o Tratado. Não era preciso ele vir dizer que nós já tínhamos percebido isso mesmo. Bastava ter olhado para a manifestação da CGTP para percebermos isso mesmo, portanto estas declarações são, para assim dizer, a cereja em cima do bolo.
É um facto que foi uma manifestação de peso, ninguém pode escamotear isso, mas também não podemos escamotear que a CGTP está cada vez mais só a nivel internacional, arriscando-se mesmo a nada mais ser do que apenas um bastião do PC e nada mais. Para além disso é necessário uma reforma grande e urgente a nível dos dirigentes sindicais, mas isto para as duas centrais.
A permanência por seculum seculorum é não só um sinal de carreirismo, mas é também um sinal de medo de uma realidade bem diferente.

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