terça-feira, 11 de outubro de 2005

O sindicalismo não é isto

A Direcção Nacional da PSP acusou formalmente António Ramos, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP), por declarações “desrespeitosas” para com o primeiro-ministro. Esta matéria já tinha sido aqui objecto de reflexão, mas face a este novo desenvolvimento decidi recuperá-la. O processo em causa poderá levar o agente sindicalista à demissão, ou reforma compulsiva daquela força policial. O que está em causa são declarações do agente principal António Ramos à SIC Notícias, este verão, onde afirmou que “À semelhança do que fizemos com o Governo anterior, onde fizemos um desgaste permanente, temos condições para que, a partir de agora, façamos um desgaste permanente a este Governo. Já enviámos o antigo primeiro-ministro [Durão Barroso] para Bruxelas, com certeza que mais depressa enviamos este [José Sócrates] para o Quénia”. Diz a acusação que “o arguido desrespeitou gravemente o anterior e actual primeiro-ministro, violando dessa forma o dever de correcção e aprumo”, previsto no Regulamento Disciplinar da PSP. O mesmo sindicalista, depois de saber da acusação afirmou já estar “habituado a ser alvo de processos disciplinares e de multas”. Disse ainda e apesar do número de processos que pendem sobre si que a acusação da Direcção Nacional da PSP não vai mudar o seu comportamento. “Não falei em nome pessoal, falei em nome de todos os polícias e limitei-me a exprimir o seu descontentamento dentro da instituição”. E acrescentou: “Não me vou calar. Se não posso falar como dirigente sindical, então acabem com o sindicato. Esta não é a melhor forma de resolver os problemas da polícia ”.
Quer as afirmações proferidas da primeira vez, quer as actuais, obrigam-me a dizer o seguinte: a correcção deve ser apanágio de todo e qualquer ser humano, independentemente dos cargos que ocupa, mas o facto de ocupar um qualquer cargo público obriga a cuidados redobrados.
Os sindicatos atravessam uma fase menos boa da sua existência, fase essa que se deve não só a factos exteriores, mas também a factos interiores.E os interiores não são menos importantes que os exteriores, antes pelo contrário. E os sindicalistas devem lembrar-se que são a face visível dos seus pares e que a sua actuação pode angariar apoios para a causa, mas também pode deitar tudo a perder.

Ao menos guardem esta

Segundo alguns órgãos de informação, a França disponibilizou-se e ofereceu todas as condições possíveis e imaginárias, para que Joe Berardo desloque para lá a sua colecção de arte.
É claro que os franceses não são parvos e uma colecção daquelas caía que nem jinjas nos seus muitos museus.
Espero que o governo português olhe para a colecção com olhos de ver e não a deixe voar até Orly e nós cidadãos mobilizemo-nos, seja com páginas na net, seja com baixo-assinados, seja da maneira que for para que a colecção possa ser admirada por nós e pelas gerações futuras no nosso solo.

Foto do "Expresso"

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