sexta-feira, 21 de outubro de 2005

A tábua de salvação

O presidente do CDS-PP, Ribeiro e Castro, a propósito da declaração de candidatura de Cavaco, diz que foi “uma declaração muito importante” e que “vem ao encontro da visão que o CDS-PP faz do Presidente”. Ribeiro e Castro vincou ainda a posição apartidária, nacional e virada para o futuro, considerando que as declarações sobre os poderes presidenciais coincidem com as do CDS-PP, “a favor da estabilidade”, assim como a posição de princípio de “marcar os referendos decididos pelo Parlamento”.
Só isto seria o bastante para ficarmos de pé atrás. Mas após alguma reflexão compreende-se a dita cuja posição. O CDS precisa desesperadamente de marcar território (o facto de ser o primeiro partido situado à direita de Cavaco a reagir traduz-se nisso mesmo) e estas eleições são para Ribeiro e Castro a última bóia disponível e ou ele se agarra ou afunda-se de vez. O resultado autárquico não foi nada brilhante (só se salvou a câmara do queijo) e na coligação com o PSD, este abafou-o completamente. Perante pois esta desgraceira toda, aliada ao facto de o presidente do CDS/PP não ser o presidente de todos os democratas cristãos (basta tomar atenção às palavras de António Pires de Lima para percebermos isso mesmo), resta-lhe apoiar desde início Cavaco Silva e pedir a todos os santinhos para que ele ganhe. Caso isso não aconteça é a derrocada final.
Muito se deve rir Paulo Portas e isto porque o partido que ele refundou à sua imagem e semelhança não sobrevive sem o seu populismo e a sua demagogia barata. Deve ainda tomar-se atenção a esta mesma personagem, porque não é líquido que ele permaneça mudo e quedo. Sabendo nós o seu ódio de estimação por Cavaco, não será de excluir de todo que também o seu tabú degenere em corrida eleitoral.
A foto é da Visãoonline

Os reformados autárquicos

37 presidentes e ex-presidentes de câmara viram deferidos, pela Caixa Geral de Aposentações (CGA), os seus pedidos de aposentação.
Amadeu Penim, Sesimbra, 2855,12 euros; António Cruz, Alter do Chão, 2056,40 euros; António Coelho, Odemira, 2161,17 euros; António Mendes,Constância, 2338,38 euros; Carlos Pires , V. Nova de Paiva, 2537,89 euros; Francisco Amaral, Alcoutim, 2514,63 euros; João Gouveia, Soure,2795,64 euros; Jorge Magalhães, Lousada, 2035,86 euros; José Moreira, Monção, 2212,72 euros; José Barradas, Vendas Novas, 2855,12 euros; José Vieira, Póvoa do Varzim, 3172,36 euros; José Ribeiro, Fafe ,2981,14 euros; Manuel Oliveira, Ovar, 3172,36 euros; Manuel Marreiros, Aljezur, 1362,71 euros; Maria Rosinha, V. Franca de Xira, 1263,82 euros; Mário Alves, Oliveira do Hospital, 2855,12 euros; José Carreiro, Nordeste (Açores), 2537,89 euros; João Pinto, Ponte de Sor, 2663,19 euros; Álvaro Órfão, Marinha Grande, 2095,34 euros; Amândio Melo, Belmonte, 1455,18 euros; António Lucas, Batalha, 1351,27 euros; António Rodrigues, Torres Novas,1149,98 euros; Avelino F. Torres, Marco Canaveses, 2855,12 euros; Fernando Marques, Ansião, 2339,61 euros; Jerónimo Loios, Arraiolos, 2537,89 euros; Jorge Varroso, Nazaré, 2401,87 euros; José Santos, Lamego, 2458,58 euros; José Estevens, Castro Marim, 2261,54 euros; José Eduardo, Lagoa, 2683,02 euros; José Sinogas, Mora, 1227,28 euros; José Mina, Moura, 1625,83 euros; Manuel Bugalho, Marvão, 2537,89 euros; Maria Antunes, Montijo, 1002,97 euros; Mário Pinto, Almargem Bispo, 1205,50 euros; Mauricio Marques, Penacova, 2174,65 euros; Duarte Silveira, Calheta, 1415,07 euros; João Lobo, Moita, 3172,36 euros.
Agora o mais curioso é que e de acordo com a nova lei, os autarcas (e os titulares de cargos políticos em geral) que já estão reformados mas continuam no exercício do cargo terão de abdicar de um terço da sua pensão ou do seu vencimento.
Os sacríficios não são para todos? Então porquê um terço? Porque é que aos aposentados que continuam em funções não lhe é suspensa a pensão e ficam somente com o ordenado? Nesta lista existem uns quantos que se mantêm no activo como o caso de Soure e de Penacova que me lembre de imediato.
Mas nem só de presidentes vive esta listagem. Na mesma situação estão ainda 56 vereadores e 9 presidentes de juntas de freguesia.

Merece leitura e reflexão

O editorial de António José Teixeira merece uma leitura atenta e uma reflexão profunda http://dn.sapo.pt/2005/10/21/editorial/um_politico_profissional.html

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