quarta-feira, 19 de outubro de 2005



Será legítimo?

Foto de www.kevinsites.net/ 2004_02_01_archive.html

O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein regressa hoje a um dos seus antigos palácios no coração de Bagdad, só que desta vez para se sentar no banco dos réus e responder pela morte de dezenas de habitantes da pequena aldeia de Dujail, que mandou arrasar há 23 anos, depois de uma tentativa falhada de assassinato.
Sou de opinião que todos os criminosos devem ser julgados e condenados ou não conforme fique provada a sua culpa, mas julgo que este caso é diferente.
À luz do direito internacional penal não vejo como é que Saddam possa ser julgado neste momento e por este crime e isto porque diz a lei que os prisioneiros de guerra só podem ser julgados por crimes cometidos durante a guerra.
Ora não há a menor dúvida que o ex-ditador iraquiano é um prisioneiro de guerra, uma guerra que tem dois anos e que foi desencadeada por americanos e ingleses com o beneplácito de alguns países que em vez da sua dignidade preferem manterem-se de cócoras perante os dirigentes do Tio Sam. Também não há menor dúvida que o Iraque é hoje um país ocupado por potências estrangeiras com particular relevo pelos soldados do Tio Sam.
Sendo assim Saddam é um prisioneiro de guerra, logo só pode ser julgado, a luz do direito penal internacional, por crimes cometidos durante essa mesma guerra.
Ora o que se passa é que Saddam Hussein vai ser julgado por crimes cometidos há 23 anos, logo fora do âmbito desta lei.
Eu percebo a pressa dos americanos em se verem livres do ex-ditador, já que é sua convicção que quanto mais depressa ele desaparecer mais depressa termina a resistência. Estou convicto que terá o efeito contrário.
Para além disto questiono ainda a imparcialidade ou a falta dela que possa ocorrer neste julgamento.
Por último gostaria de ver os mesmos senhores tão afoitos no julgamento de tantos outros ex-ditadores que cometeram tantos ou mais crimes durante o seu reinado como por exemplo Augusto Pinochet. Mas neste caso a CIA deverá acompanhar o ex-ditador no banco dos réus.

É pouco

Nunca aqui escrevi sobre desporto por ser um tema com que me exalte muito. É verdade que tenho as minhas preferências clubísticas e que vejo alguns jogos, mas não faço disso cavalo de batalha, até porque julgo que o desporto profissional em Portugal, como noutros países vive momentos conturbados, porquanto os valores astronómicos das despesas estão muito além dos valores das receitas. Os contratos milionários dos jogadores e treinadores são um verdadeiro calcanhar de Aquiles, sendo que para efectuar esses pagamentos os clubes deixam de fazer outros, originando dívidas em catadupa e passivos quais bolas de neve. O resultado de tudo isto são os planos e planos de pagamentos que se arrastam indefinidamente.
Mas o facto de hoje referir o desporto prende-se com o facto de o defesa do FC Porto, Bruno Alves, ter sido suspenso por dois jogos pela comissão disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, como resultado da agressão ao avançado Nuno Gomes do Benfica.
Estamos perante um erro crasso da comissão disciplinar. Quem assim actua não merece benevolência de espécie alguma, devendo por isso ser severamente castigado (dois jogos não é nada).
O desporto seja ele amador ou profissional só o é se quem o pratica estiver imbuído do sentido desportivo. Tudo o que isso transcenda deve ser varrido, já que só estão a contribuir para o desvirtuar da verdade desportiva.

Inacreditável

Leiam e julguem vocês próprios http://dn.sapo.pt/2005/10/19/media/julgamento_processo_seis_anos_adiado.html

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