terça-feira, 27 de março de 2007

O Botas ganhou. Este é o melhor título para resumir o concurso "Grandes Portugueses" da RTP. Claro que isto é tão só um concurso televisivo, mas mesmo assim...
Claro que já se adivinhava a vitória de Salazar desde o momento em que começou a propagandear-se a rivalidade entre Salazar e Cunhal nos meios de comunicação e que originou uma corrida desenfrada aos sms.
Claro que esta vitória envergonha o país.
E envergonha porque tenta branquear um ditador, pequenino é certo (nós também não somos grandes) que perseguiu muita gente, que deixou este país com um atraso que ainda hoje estamos a pagar. Isto não significa que devamos esquecer a sua capacidade quer em livrar o país da guerra, quer nas finanças.
33 anos é tempo suficiente para exorcizarmos os fantasmas do passado, sem no entanto permitir um qualquer laisser faire, laisser passer (célebre princípio que Turgot-Gournay) do porquê desta votação.

Ontem foi dia grande lá para os lados de Belém. Cavaco Silva comemorou os 50 anos do Tratado de Roma com critérios exclusivamente seus, sendo que Mário Soares não coube nesses critérios. Está no seu pleno direito.
Mas este critério não que Mário Soares deixe de ser o português que mais fez pela nossa adesão à Comunidade Europeia, assim que percebeu que o 25 de Abril derrubou o regime do "orgulhosamente sós" que até aí vigorava.
E isto são factos inegáveis e inquestionáveis e que estão muito para além de uns pretensos critérios que toda a gente percebeu o porquê de existirem.

Excelente artigo no DN. Merece ser lido, relido e meditado.

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