O regresso do rapaz. Ontem Paulo Portas, de uma penada, ignorou Marques Mendes, derrubou Ribeiro e Castro e fez-se à aliança com Sócrates.
Mas vejamos melhor a situação e analisemos a falta de credibilidade deste rapaz tão afoito.
Para início coloquemos a questão: o que é que Portas tem hoje que não tinha há dois anos atrás quando abandonou a liderança? A resposta é simples e clara: nada.
Por outro lado importa dizer que a crise que o CDS/PP atravessa teve origem no preciso momento em que Telmo Correia perdeu para Ribeiro e Castro a direcção do partido. E mais essa crise tem culpados e eles são Paulo Portas e os seus apaniguados.
Mas a intervenção de ontem, que ocorreu na sala Fernando Pessoa (coitado do poeta) no CCB, demonstrou mais umas quantas atitudes reprováveis.
Por exemplo, quando Portas falou de Sócrates e do governo fê-lo como se fosse já presidente do partido. Ora isso é uma falta de respeito pelo actual líder e uma enorme falta de ética, factos que nada abonam em favor de quem se diz ter uma diferente conceito de estar na política.
Mas embora isto já fosse suficiente para o descredibilizar, há mais.
Como é que se pode classificar a actual atitude de Portas que se permite desafiar uma direcção que se encontra a meio de um mandato legitimamente concedido pelos militantes, sendo que ele não desafia, quer o seu derrube ainda antes das eleições da Madeira.
Realmente a Portas sobra-lhe em petulância o que lhe falta de democrata.
Portas e o PSD. Esta tentativa de Paulo Portas recuperar a liderança do CDS/PP está a causar preocupação entre as hostes sociais-democratas, aliás os últimos comentários de Rebelo de Sousa sobre a matéria já mostravam isso mesmo.
Eu percebo que a Direcção Nacional do PSD insista, a todo o custo pelo menos para o exterior, em desvalorizar a situação que se vive no CDS mas internamente eles sabem que o regresso de Portas pode tirar visibilidade a Marques Mendes e ainda por cima numa altura em que os críticos apertam lhe apertam o cerco, como foi ontem o caso de Santana Lopes ao tecer um violento ataque à liderançade Mendes.
Claro que Luís Filipe Menezes já percebeu que se Portas assumir a liderança todo o espaço mediático à direita de Sócrates pertencerá a Portas e não ao PSD, e foi por pensar assim que Menezes comentou imediatamente após a declaração de Portas, que o PSD precisa também de um clic.
Veremos no futuro qual a estratégia de Mendes, sendo certo que era conveniente olhar bem para o terreno que pisa porque de um momento para o outro ele cederá sobre os seus pés.
Mais sobre o regresso com Fernanda Câncio hoje no DN.
Estarei com alucinações? O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carmona Rodrigues, revelou ontem no programa "Grande Entrevista" da RTP, estar disponível para se candidatar às eleições autárquicas de 2009.
Então para onde foi a vergonha, a decência, a ética, o que lhe quiserem chamar?! É fantástico o que o poder faz às pessoas.
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