quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Castração química já para este e outros que tais.

Ao que parece a decisão do Tribunal Constitucional sobre o número de militantes dos partidos está a gerar ondas piores que as sísmicas.
O PCP já afirmou que não vai entregar a listagem de militantes coisa nenhuma, para além de outros partidos apelidarem a atitude de ditatorial e outros mimos que tais. Aliás, tanto quanto me foi dado saber estiveram reunidos elementos de pelo menos sete partidos por forma analisar a forma de combater tal imposição do TC, sendo que estamos a falar de uma reunião onde estiveram o Movimento Partido da Terra, o Partido Nacional Renovador, o Partido da Nova Democracia e o Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses/Movimento Reorganizativo do Proletatiado Português e o Partido Popular Monárquico, entre outros.
Não sei porquê mas teria gostado de ver esta gente toda na mesma sala.
Bom, mas o mais caricato de tudo é a iniciativa tomada por Manuel Monteiro, que entretanto já admitiu que o seu Partido da Nova Democracia só tem 1200 militantes. Pois bem Monteiro decidiu recorrer da notificação do Tribunal Constitucional que obriga os partidos a provarem que têm 5.000 militantes, invocando a inconstitucionalidade daquela norma junto... do próprio TC.
Ou estou doido ou não percebo: ele recorre para o TC da notificação emanada do próprio TC.
Mas como se isto não fosse já suficiente, eis que o líder da Nova Democracia vai mais longe e salienta que esta batalha contra o TC é o resultado de um texto do constitucionalista Vital Moreira, que afirmou que os partidos podem "suscitar directamente a questão da constitucionalidade no próprio processo levantado pelo Tribunal. E para compor o ramalhete falta só a ideia expressa por Monteiro, de que a obrigatoriedade de existir um mínimo de filiados atenta contra a liberdade de associação e de organização.
Se já estava doido só por recorrerem ao TC, fiquei completamente estupidificado por ver Monteiro a socorrer-se dos textos e pensamentos de um dos criadores do maior cancro do país - para Monteiro, claro - que é a Constituição.
Para terminar esta matéria, importa salientar que o PND nasceu duma dissidência do CDS-PP, e é presidido por um seu antigo presidente, Manuel Monteiro. O seu primeiro congresso foi realizado em Outubro de 2003 onde foi publicado o manifesto do partido, Uma Ideia de Portugal. Esta lei que agora contestam é a Lei Orgânica nº 2/2003 data de 22 de Agosto de 2003.

Mas a política não se fica só por aqui. Parece que Luis Filipe Menezes tem mais um problema para resolver, desta vez nos Açores.
A liderança do PSD-Açores está nas mãos do ex-ministro Costa Neves, sendo certo que não foi uma eleição já de si pacífica.
Pois bem, para complicar mais as coisas para o candidato Costa Neves e logicamente para Menezes, andou a circular um documento de apoio à recandidatura de Carlos César a presidente do Governo Regional que recolheu mais de 170 nomes de personalidades sem filiação partidária e incluiu nomes sonantes do PSD, nomeadamente dois dirigentes regionais, do advogado micaelense Victor Borges da Ponte, que já foi o "braço-direito" de Costa Neves quando assumiu pela primeira vez a liderança do PSD Açores, no final dos anos 90, e de José Leovigildo Azevedo, empresário e antigo presidente carismático da Câmara Municipal da Calheta de São Jorge - a ilha "bastião" do PSD.
Vamos lá ver quais são estilhaços que podem advir desta explosão.

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