segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Não sou leitor das chamadas revistas de jet-7, jet-8, jat-lag, ou de qualquer outro jet. Devo acrescentar até, que existem figuras que se pavoneiam nessas revistas que a mim só me provocam náuseas e nada mais. Mas, por acaso acabei por folhear uma dessas revistas. Nada mais nada menos que a Lux, especial de natal.
Estava pois eu a rir-me das Quequas, Quoquas, enfim daqueles nomes esquisitos que alguma saloiada teima em usar, quando me deparo com um título que me chamou a atenção.
Então era assim:

lux é ser solidário
VIRGÍLIO CASTELO distribuiu presentes e abraços pelas crianças da Casa do Gaiato de Loures.
"A vida só faz sentido quando pensamos mais nos outros e menos em nós"

Estes eram os títulos.
Ora o que é que eu pensei?! A revista "Lux" desafiou o actor Virgílio Castelo a comprar prendas para entregar às crianças da Casa do Gaiato. Excelente ideia. E decidi ler o artigo.
Dizem as primeiras linhas: "Virgílio Castelo, de 54 anos, fez uma pausa nas gravações do remake de "Vila Faia" e, a convite da Lux, entregou alguns presentes às crianças da Casa do Gaiato de Loures."
Aqui percebi que afinal tinha sido a Lux que comprou os brinquedos e pediu ao Vírgílio Castelo para ajudar na sua entrega às crianças. Aceito e continuo a louvar a ideia.
Continuei a ler o texto e encontro mais para a frente: "No entanto, mostrou-se [o Virgílio] desde logo disponível para participar na acção de solidariedade promovida pela Lux em parceria com o Modelo." E no final do artigo um quadradinho com o texto: agradecimentos Modelo.
E no imediato percebi que os títulos são um logro do tamanho de um comboio. O que se passou na realidade é que a Lux se aproveitou da imagem do Virgílio Castelo e da generosidade do Modelo para se vangloriar de uma generosidade que não praticou, mas que serviu para autopromoção.
Umas páginas adiante encontramos o mesmo mas em que a protagonista é Iva Domingues.
Se eu procurar, por certo que vou encontrar mais do mesmo noutras revistas da mesma índole e de grupos empresariais diferentes. O que me revolta é esta caridadezinha feita a expensas dos outros. Sejam decentes.

Hugo Chávez, presidente da Venezuela, conheceu ontem a sua primeira derrota em oito anos.
Os venezuelanos disseram «não» à reforma constitucional que dava a Chávez poderes quase ilimitados, onde era dada a possibilidade aos presidente de serem reeleitos sem limite de mandatos. Em referendo, 50,7 por cento dos eleitores rejeitaram esta reforma.
Mas curiosamente, dava para perceber que este seria o resultado, até porque o não tinha o apoio da Igreja Católica, dos partidos da oposição, dos jornalistas, dos empresários e comerciantes, dos movimentos estudantis e até de certos sectores do «chavismo» que não pretendem um presidente vitalício.
Em Portugal José Manuel Fernandes e o seu "Público", numa de querer ser mais papista que o Papa decidiu ostentar na primeira página de hoje da edição impressa o título "Venezuela diz "sim" à proposta de Chávez, oposição apela à vigilância". Espectacular.

Ficaram sós. Estupidamente sós. É o que me apraz dizer sobre o Estados Unidos, após Kevin Rudd, o primeiro-ministro australiano, ter anunciado que ratificou o Protocolo de Quioto.

O Cardeal-patriarca de Lisboa recordou ontem, durante a ordenação de 14 diáconos que ocorreu na igreja do Mosteiro dos Jerónimos que “O Papa não nos ralhou, pelo menos não demos por isso, antes nos incentivou a percorrer os caminhos da renovação.”
Pois eu digo que ralhou e fez muito bem. Basta olhar para o que aconteceu em Silves para perceber que a Igreja vive desfazada da realidade, fechada na sua concha de privilégios.
Diamantina de Jesus, viúva de José Vitoriano, faleceu. A sua postura de católica levou a que desejasse per enterro católico e a urna coberta pela bandeira do PCP, partido de que era militante.
Pois bem o pároco rejeitou realizar o enterro enquanto não retirassem a bandeira. Como não retiraram, expulsou as pessoas da igreja e encerrou as portas.
Que atitude tão digna. Onde estão os ensinamentos de Jesus Cristo? Eis um pastor que não é digno de ter ovelhas.

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