A formulação da questão é essencial. O Diário Digital de hoje trazia uma sondagem cuja questão era a seguinte: Aumentos salariais devem ser superiores a 2,1%?
Fazer uma sondagem não é formular uma qualquer questão e lança-la desabridamente para a praça pública e no final trabalhar os dados estatisticamente. Uma sondagem é muito mais do que isso.
Como metodologia de pesquisa, a sondagem possibilita o conhecimento momentâneo de um universo de elementos, numa perspectiva descritiva e quantificada. A escolha e análise de dados são feitas com base numa amostra de elementos que deverá permitir a extrapolação das interpretações à totalidade do universo. Para que isto seja uma realidade e não um desejo, é fundamental que a questão seja isenta, que não pressuponha desde logo uma resposta.
Pois bem, a questão colocada pelo Diário Digital nesta sondagem, é tudo menos isenta.
Claro que toda a gente vai responder que sim, que os aumentos devem ser superiores a 2,1%. Só um puro acto de masoquismo ou de brincadeira, levará alguém a responder não e isso retira credibilidade à sondagem e aos resultados dela advindos, deixando pois de ter qualquer interesse.
Penso que antes de se colocar qualquer sondagem no ar era interessante que lessem o artigo de António Brotas.
Importam-se de repetir?! O secretário regional do Plano e Finanças, Ventura Garcês, disse hoje que a dívida do Estado à Região Autonoma Madeira atinge os 132 milhões de euros.
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