quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

José António Barreiros, advogado e presidente eleito para o Conselho Superior da Ordem dos Advogados, não quer ser empossado pelo futuro bastonário António Marinho Pinto, como é tradição na Ordem tendo, por isso mesmo, enviado uma carta a Rogério Alves, bastonário ainda em funções, onde pede esta "escusa".
Agora vamos à parte cómica da questão.
Motivos invocados por Barreiros: uma questão de autonomia.
Motivos que são do conhecimento de todos: as péssimas relações entre Marinho e Barreiros.
Quando as relações pessoais se misturam com as institucionais, não há nada a fazer. É fechar a barraca e dedicar-se à pesca.

Portugal tornou-se um paraíso para determinados grupos económicos, em especial no sector bancário e afins. A proliferação de instituições bancárias, de crédito, de seguros, quer por aberturas directas, quer por fusões ou aquisições, é disso espelho.
Desconheço quais os mecanismos que devem ser transpostos para que essas instituições acampem por cá. Julgo que devem passar por uma malha apertada.
Só que tudo isto não obsta a que após terem a tenda armada actuem ao arrepio das mais elementares normas de lealdade, correcção e respeito.
Vem tudo isto a propósito da decisão do Banco Popular ter imposto aos seus clientes uma revisão mensal das taxas de juro a pagar nos créditos à habitação contratados em Portugal.
Numa altura em que as taxas de referência para os empréstimos à habitação estão alterar a um ritmo perfeitamente louco, provocando situações perfeitamente calamitosas em muitas famílias, esta atitude vem originar uma alteração dos pagamentos por parte dos seus clientes todos os meses, que acredito não será para baixo, mas sim para cima.
Curiosamente esta decisão foi tomada de forma unilateral pelo banco, o que me deixa mais perplexo. Então o crédito à habitação não é um contrato entre duas partes? Então como é que uma das partes altera o contrato sem o consentimento da outra?
Isto não é só um caso do Banco de Portugal e da Comissão de Mercado Valores Mobiliários, isto é mais um caso de polícia e de tribunais, aliás julgo mesmo ser mais dos dois últimos que dos primeiros.

Nada que não tivesse avisado já. O último debate mensal de 2007, ocorrido ontem, deixou novamente às claras o problema da liderança do PSD.
O tema escolhido era a educação.
Santana Lopes elogiou o programa ontem apresentado por Sócrates, até porque, e segundo o líder da bancada do PSD, o programa era igual ao que o PSD tinha apresentado em 2006 e que o PS chumbara. Sanatana Lopes criticou ainda o Programa Novas Oportunidades, por este atribuir diplomas com curso de três meses que outros demoram três anos a conseguir.
O debate a dois acabou por se esgotar na troca de acusações: Sócrates lembrou Santana Lopes as "contradições" do PSD nesta matéria, tendo recordado posições de Marques Mendes, Luís Filipe Menezes e do próprio Santana Lopes, para questionar no final "Afinal qual é a posição do PSD?".
E foi aqui, para que assistiu ao debate, que foi possível constatar a irritação e o incómodo de Santana por Sócrates ter lido intervenções contraditórias do ex e do(s) actual (is) dirigentes do PSD.
Eu já aqui tinha avisado que esta liderança bicéfala e o facto de Menezes estar ausente do hemiciclo iria provocar dissabores ao PSD.
Sócrates consegue, a cada debate que passa, deixar bem claro que o maior partido da oposição não só não tem um rumo (tem vários) como e pior do que isso, não tem um líder, tem dois.
Ora uma política credível não se compagina com estas atitudes, antes pelo contrário.

Agora o acordo ortográfico.

Sem comentários:

a isto chama-se comprar votos e ter a felicidade de imprimir papel moeda sempre que é necessário. sabia-se que a carreira de Fernando Araúj...