terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Ontem referi que envergonha a decisão relativa ao caso UGT. Quando disse isso não pretendi atacar fosse quem fosse da UGT, não era isso que estava em questão.
O que me envergonha é que tenha passado tanto tempo (os factos remontam a 88/89, estamos no fim de 2007) que a decisão do tribunal tenha sido a de considerar atribuível o crime de burla na forma tentada ao dirigente da central sindical José Manuel Veludo, mas já prescrito, tendo os juízes admitido que "não ficou provada a existência de um plano criminoso".
Trata-se de uma sentença "assassina" e porquê, porque pairará para sempre sobre os arguidos uma auréloa de culpabilidade que, por muitos anos que vivam, não vão nunca conseguir fazer desaparecer.
Qualquer processo tem de ter um tempo máximo para terminar. A prescrição é a pior forma de fechar um processo, e é a pior porque nos remete em primeiro para a incapacidade do sistema judicial e acreditem que muitas vezes já sou incapaz de determinar se a culpa é do poder político se do próprio poder judicial que é fechado em si mesmo e um pouco autofágico; em segundo porque é uma solução penalizadora para a sociedade já que impede que os culpados sejam penalizados por aquilo que cometeram; terceiro e último, porque é penalizadora para quantos mesmo que inocentes fiquem sempre numa zona obscura aos olhos dos outros.

E porque falamos de justiça, era interessante que este não prescrevesse.

E agora? Vão para a Comissão de Risco, levam com o carimbo de coitadinhos e fica tudo bem. E que tal obrigá-los a limpar e a arrumar tudo como estava.

É verdade que o peso que as crianças transportam para a escola deve preocupar todos. Poder político, pais, escolas, poder local, editores, todos são poucos para se debruçarem sobre esta temática. Mas quando em tempos aqui defendi a certificação dos manuais escolares, não estava a pensar em q de quilos, estava a pensar em q de qualidade.

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