terça-feira, 6 de maio de 2008

Alípio Ribeiro assinou ontem, com a entrevista ao DE, a sua sentença, não direi de morte, mas de saída de director da PJ.
A partir de determinado momento percebeu-se que ele era um erro de casting puro e duro e que só a sua ligação a Alberto Costa permitiam a sua continuidade.
O facto de o ministro da Tutela não ter vindo a terreiro defender o director da PJ, como fez aliás no caso Maddie, é o sinal de que a situação atingiu o ponto da insustentabilidade.
E se eu percebo todas as críticas que lhe foram feitas, não deixo também de pensar que existe muito mais que não está a ser dito e que importa esclarecer nestes tempos em que o crime tem aumentado e é cada vez mais violento.
A PJ está(estava) reconhecida nacional e internacionalmente como sendo uma excelente polícia de investigação criminal. Só que o crime deixou de ser só o simples assalto com ou sem arma de fogo, o homicídio encomendado ou não, o desvio de meia dúzia de patacos por parte do contabilista à empresa onde trabalha ou a quem faz a escrita, o tráfico e consumo de droga, etc, e etc.
O crime hoje comporta outras nuances. O terrorismo é uma realidade, o crime económico tomou proporções sérias, o tráfico de droga e de seres humanos assumiu números de que não havia memória e saiu também para a ribalta um crime que, até então, circulava somente de boca em boca pelos corredores, durante certos jantares ou mesmo em determinadas viagens. Estou a referir-me ao tráfico de influências e à corrupção.
Com tal diversidade de crimes a PJ começou a não ter capacidade nem humana, nem material para combater tudo isto. Por outro lado e porque a imprensa está mais aguerrida, passou a ser mais visível o trabalho efectuado pela PJ, sendo que aconteceram casos que expuseram nomes que até aí se sentiam recatados e a salvo de qualquer observação.
Curiosamente, e sem referir ninguém em particular mas todos no geral, a partir desses casos mediáticos agudiza-se a queda da PJ.
Acresce a tudo isto a instabilidade direccional. Por um lado porque certos governos efectuaram substituições não olhando ao interesse nacional, mas sim à cor, depois porque quem pretendeu ser empreendedor acabou subvertido pelo sistema e por fim porque muitas vezes as próprias escolhas internas revelaram-se verdadeiros desastres.
Toda esta amálgama tem como resultado a PJ actual.
Um corpo de polícia excelente que não tem tido direcções à altura e onde se salvam uns quantos que persistem a navegar contra a maré, até quando não sei.

Estão a ver o que dá a falta de uma vaga de fundo? É só fel.

E por falar na Madeira, o PSD-M, CDS/PP-M, PS-M e BE-M solicitaram ao deputado do PND-M, José Manuel Coelho, para que se manifestasse contra a alteração ao regimento da Assembleia por via da palavra e não com o relógio de cozinha pendurado ao pescoço, facto "não dignificava a assembleia".
É verdade que não dignifica, mas o episódio protagonizado por Alberto João e pelos deputados do PSD-M aquando da visita de Cavaco também não dignifica, e sobre isso eu só vi paleio de praia por parte de todos.

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