Num país onde os combustíveis sobem assustadoramente, onde o crescimento económico abranda, onde os transportes ameaçam com aumentos de 6%, onde os quatro maiores bancos privados ganharam cerca de quatro milhões por dia, onde o índice de preços no consumidor acelerou 0,3% no mês de Abril, onde ..., ...,
Perante tudo isto e o mais que aqui não escrevi, o grande escândalo nacional é o fumo de Sócrates e demais elementos da comitiva na viagem para a Venezuela.
É um facto inquestionável de que Sócrates não devia nem podia ter fumado. Estava em causa, se não o respeito pelos não fumadores, pelo menos o respeito por uma lei feita pelo governo a que preside.
Mas não, imbuídos de falsos moralismos, eis que avançam para uma luta sem tréguas clamando uns por desculpas, outros lançando para o ar frases carregadas de intenção política.
É a patética política à portuguesa. E Sócrates para não fugir ao nível anuncia que vai deixar de fumar
E por falar em patética política deixem que me debruce sobre as eleições para o PSD. Alberto João não é candidato. Confirmou ontem aquilo que todos nós (excepção feita a um conjunto de pessoas que ainda acredita no Pai Natal) já dávamos por adquirido.
Jardim só vai a jogo com a certeza de vitória e neste caso ele percebeu desde o início que ia sair derrotado por uma margem que poderia tomar foros de humilhação e Alberto João não está para aí virado. Prefere esperar por 2009 no pós-legislativas.
Ainda sobre a matéria importa destacar algo que se está a passar com a candidata Ferreira Leite.
Para além dos vários problemas que carrega, a linguagem começa a resvalar para o baixo nível e com julgamentos pessoais.
Analisemos a entrevista (2008.05.07) dada a Judite de Sousa na RTP.
Percebe-se que não tem uma ideia para Portugal. A única coisa que a distinguia de José Sócrates era o facto de ser séria e honesta, enquanto o primeiro-ministro alegadamente seria desonesto e mentiroso. Isto não são ideias, são ataques pessoais.
A candidata lembrou-se dos pobres, mas esqueceu a classe média, aquela que acaba sempre por "levar nas lonas" quando os políticos querem "indireitar" o país.
Atirou a matar sobre os certificados de aforro, mas esqueceu-se de dizer que foi ela a obreira do pagamento especial por conta.
Como se isto não fosse já suficiente, vem ainda a referida senhora dizer que quer baixar o IMI. Acho muito bem. Mas acho bem hoje e achava no tempo em que foi ministra de Durão Barroso que, obstinadamente, avançou com o regime do IMI que é, nada mais nada menos que um verdadeiro aborto legal. Aliás, o mais caricato é que esta situação que Ferreira Leite, agora, descreve, foi provada e explicada antes de se avançar com a lei da tributação do património, no governo do dr. Durão Barroso, só que na altura a sra. Ministra não quis ouvir ninguém e fez o que bem entendeu.
Se a estas displicências adicionarmos quer o facto de ter provocado duas recessões e de não ter conseguido resolver o problema do défice, nem mesmo com receitas extraordinárias quer ainda a questão da titularização das dívidas ao fisco ao Citibank provocando um dos maiores buracos em que as finanças estiveram metidas, verificamos que não estamos perante alguém que tenha capacidade de só por si governar este país, e nem mesmo o facto de estar rodeada de muitos nomes sonantes a favorece. É que parecendo que não são nomes que só são grandes porque fizeram carreira na política e no PSD, já que na batalha política são verdadeiros desconhecidos.
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