segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Este fim-de-semana, alargado devido ao feriado, foi fértil em peripécias, algumas das quais dignas de registo.
Primeiro. O caso que esteve na origem das demissões do ex-director da PJ, Adelino Salvado, e da assessoura de Souto Moura na PGR, em 2004, foi arquivado.
Até aqui nada de especial e que não estivéssemos já à espera. Só estranho é que afinal o Procurador Geral da República sabia de tudo, sendo por isso que a assessora não violou o segredo de justiça.
Continua-se a advogar em causa própria, e quando assim é nada feito.

Segundo. O Banco Central Europeu aumentou, pela sexta vez num mesmo ano, a taxa de juro de referência.
Talvez vá sendo tempo de questionarmos se esta alteração era mesmo necessária.
Tanto quanto nos explicaram, o BCE tinha como finalidade o controlo da inflação dentro da zona euro. Ora que eu saiba o euro subiu e o preço do crude caiu, o que faz com que o controlo da inflação esteja quase conseguido.
Se tudo está dentro dos parâmetros normais, porquê esta subida?

Terceiro. O julgamento do processo cível de Paulo Pedroso contra o Estado português vai decorrer à porta fechada. Porquê? Não estamos perante um processo cível onde o que está em causa é um pedido de indemnização?!

Quarto. Morais Sarmento acaba de posicionar-se na grelha de partida para destronar Marques Mendes e ocupar a liderança do PSD.
E Sarmento não é o único, pois Luis Filipe Menezes já organizou um repasto onde pontuaram menezistas, santanistas e muitos outros istas que não vêem em Marques Mendes o "marceneiro" qualificado para lhes fabricar a cadeira do poder.

Quinto. Em Portugal, e mesmo noutro país, qualquer um escreve um livro, isto mesmo que as capacidades para o fazer sejam manifestamente poucas.
Chegou agora a vez de Carolina Salgado dar voz à sua veia literária pela mão de uma professora de português.
Mas porquê Carolina Salgado? Porque viveu com Pinto da Costa, o poderoso presidente do FCP, e agora num gesto de ressabiada devido ao abandono, decidiu colocar a nú tudo o que viveu e fez com o "papa" do norte.
Mas o que para mim está em causa é o grande alarido que o livro causou.
O "Apito Dourado" não deixava já antever que o futebol nacional navegava em águas demasiado turbas? Claro que sim.
Isto foi só uma maneira da senhora ganhar uns cobres, porque no essencial nada é novidade, antes pelo contrário é tudo mais do mesmo.


Agora falemos do que o dinheiro, ou melhor a falta dele é capaz de fazer.
A Lei das Finanças Regionais não satisfaz Alberto João Jardim. Vai daí, o líder madeirense não foi de modas e declarou-se aliado de todos os que pretendam derrubar o governo de Sócrates, sejam eles colonialistas, cubanos, comunistas, filhos da p., jornalistas, sindicalistas, etc., etc., numa palavra o que ontem era tralha, hoje são aliados.
Mas não satisfeito ainda desafiou Cavaco Silva dizendo que se ele "tem dúvidas sobre estas matérias, que venha a hora da verdade da democracia, a consulta popular, dissolva o Parlamento e vamos a votos. Eu sou candidato."
Nas suas palavras existem duas coisas interessantes: a primeira é "verdade da democracia", coisa que eu julgava que Alberto João não soubesse o que era; a segunda é "Eu sou candidato", que eu julgo que se trata de um aviso aos madeirenses no sentido de lhes dizer meus amigos, nada vai mudar porque eu estou cá e ai de vocês se não votarem em mim.

Amanhã prometo falar de um artigo sobre políticos que Paulo Porta escreveu.

Entretanto deixo-vos a hiperligação para ao Relatório da OCDE sobre o ensino e que merece uma cuidada leitura.

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