quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

É inevitável não falar novamente do famoso livro de Carolina Salgado. Estou em crer que a primeira edição esgotou porque nós temos a tendência para o "voyeurismo". As historietas que os jornais publicaram e publicam, fazem as delícias das mesas de cafés, das redes fixas e móveis de uns telefones com e sem escuta, dos mails e do universo da blogosfera, onde me aliás me incluo.
Mas se bem que possam ser interessantes para alguns as flatulências de Pinto da Costa, o cafuné, as massagens, o corte das unhas e dos pelos do presidente do FCP ou até mesmo o seu gosto pelo trazer das histórias infantis para os lençois, para mim há aspectos muito mais interessantes e pertinentes.
Nas páginas deste livro Carolina Salgado consegue aquilo que os investigadores do Ministério Público não foram capazes de descobrir durante dois anos (o inquérito ainda não tem conclusões): a fuga de informação que se verificou na Polícia Judiciária do Porto.
De igual modo Carolina Salgado desvenda o mistério da agressão de que foi vítima o dr. Ricardo Bexiga, facto que também motivou dois anos de investigação, sem qualquer resultado (não entendo aliás como é que teve de ser o próprio dr. Ricardo Bexiga a dirigir-se ao DIAP para entregar o livro para juntar aos autos, para além de não entender como é que ainda ninguém foi preso por este crime, quanto mais não seja a própria Carolina que diz ter sido quem contratou os operacionais).
Se a isto juntarmos as perseguições ao procurador adjunto de Gondomar (de que estranhamente ele não apresentou queixa) estaremos perante um guião que nada ficaria a dever à celebre série que passou na RTP de nome "O Polvo".
Ora é isto que é preocupante.
Mas volto a afirmar: é preocupante isto e é preocupante o facto de ser preciso um livro para que se olhe para isto, quando estamos perante matéria do conhecimento de todos.
Aliás estranho mesmo que o sr. secretário de Estado do Desporto se preocupe com o caso de Nuno Assis (que deve merecer atenção é claro) e não tenha uma palavra a dizer sobre tudo isto, e mais, que deixe que se candidate à Federação Portuguesa de Futebol uma lista onde se encontram os nomes de Carlos Esteves e Francisco Costa, dirigentes que estão indiciados pelos crimes de corrupção no âmbito do "Apito Dourado" e o ex-árbitro José António Pereira que tem uma escuta onde declara que perdoou uma grande penalidade e tendo ganho com isso um par de sapatos (e nada me dizem as declarações do sr. Gilberto Madaíl, porque a ética e a dignidade são aspectos essenciais). Aguardemos pelo dr. Laurentino Dias, se é que ele vai dizer alguma coisa.

A quem estiver interessado aqui deixo o relatório da OCDE sobre o ensino superior em Portugal: versão preliminar e síntese do relatório.

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