sábado, 2 de dezembro de 2006

Ora toma. O Senhor D. Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança no discurso de 1 de Dezembro, perante mil convidados, afirmou: “Atravessamos há muito, como País, uma crise depressiva. Tanto bastou para que nos antecipássemos precipitadamente a desperdiçar rendimentos que ainda nem sequer tínhamos gerado.”
Não contente avançou, em declarações ao "Correio da Manhã que a democracia portuguesa “já não é uma democracia, é uma fraude” explicando que a actual lei de referendo permite que “os portugueses falem de vários assuntos, excepto da natureza do próprio regime”. Em causa está o artigo 288.º, alínea b) da Constituição que condiciona a revisão constitucional a “respeitar a forma republicana de governo”.
Sobre o referendo sobre o aborto, declara que o seu voto é ‘não’, justificado por uma pergunta que “é um insulto à democracia portuguesa e é desonesta”. E defende não ser aceitável “a legalização da morte como solução de um problema económico e social”.
Deu-lhe agora para a intervenção.
Gostaria de ouvir o republicano Manuel Alegre sobre estes comentários, ele que há pouco tempo teceu os melhores elogios ao sr. D. Duarte.

Camarate voltou à liça. Causa-me alguma perturbação que volta que não volta o caso de Camarate volte às comissões, aos tribunais.
Com toda a certeza que Sá Carneiro e Amaro da Costa dão voltas no túmulo pela muita hipocrisia que abunda neste tema.

Uma rádio não isenta. Será legítimo a uma rádio nacional declarar que defende o não ao aborto.
Acho lamentável que a Rádio Renascença assuma uma posição colectiva sobre uma matéria deste teor. Ao tomar esta posição a RR declara-se incapaz de ser isenta na discussão deste tema.

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