quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Já aqui falei da questão da reforma dos pilotos da aviação civil, mas vou voltar ao tema.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil só tem feito com que o comum do português esteja contra a tomada de posição dos pilotos e contra o próprio sindicato.
E porquê? Porque tem feito afirmações que deixam qualquer um de boca aberta.
Elementos do sindicato declararam a uma rádio que não aceitam a imposição da idade da reforma. Que podem voar até aos 65 anos, mas não como imposição.
Não contentes com as afirmações anteriores, Tiago Matos, presidente do sindicato, censura a decisão do Governo, que considera "injusta", e questiona cinicamente "Gostaria de voar de Caracas para o Funchal, com mau tempo, com um piloto que tivesse 65 anos?".
Este mesmo responsável afirma que existem estudos, quer do SPAC, quer de companhias de seguros, que provam que a esperança de vida dos pilotos de aviação não supera muitas vezes os 61 anos. O que só por si, lembra, explica tudo "O Governo quer obrigar os pilotos a voarem até aos 65 anos, porém, temos estudos que indicam que os pilotos morrem mais cedo do que essa idade e que a esperança de vida dos mesmos é inferior à da população em geral". Na prática, diz, em média, cada piloto morrerá aos 61,5 anos, vítima de acidentes de trabalho, ou aos 66 anos, por causas naturais. E isto, sustenta, porque a profissão tem cada vez maior desgaste. "Desde há 20 anos voamos o dobro das horas, estamos mais expostos a radiações, saímos cada vez menos dos coquepites por questões de segurança e padecemos cada vez mais de desgaste físico e mental".
Após o que aqui fica dito, volto a dizer que estamos no reino da hipocrisia.
1.º - os pilotos podem voar até aos 65 anos, mas sem imposição.
Então o problema da segurança está relacionado com a imposição. Com esta não há segurança, sem esta já há.
2.º estão a cumprir os horários legais, com folgas e descansos nas devidas alturas.
Então até aqui não têm cumprido os horários legais, não têm gozado folgas nem descansos? Isto não é uma forma de colocarem de lado a segurança de todos nós?
Vamos acabar com a hipocrisia e agir de forma correcta.

Também a questão dos CTT me deixa um pouco perplexo.
Todos nós, utentes dos serviços prestados pelos correios, já tivemos as maiores chatices com a correspondência, quer a que expedimos, quer a que recebemos, ou devíamos receber.
Não entendo o tempo de demora de uma qualquer correspondência.
Todos nós já fomos confrontados com correspondência que traz documentos para pagar e que quando a recebemos nas nossas mãos já passou o prazo de pagamento.
Mais já aconteceu aparecer na nossa caixa de correio correspondência que não nos pertence. O que é que fazemos? Ora nas cidades, por norma, existe um local onde depositamos a correspondência que por qualquer motivo veio enganada, local esse que está bem visível. Pensam que o sr. carteiro tem o discernimento de olhar para esse local e verificar a correspondência enganada e levá-la de volta? Tá bem abelha. Foi ele que se enganou, mas ele quer lá saber.
Mais. Alguém me explica que cartas emitidas a dia 11, só cheguem à mão do destinatário 10 dias depois? Hoje o que merece tratamento é o correio verde, azul, registado, e todo o que tenha acréscimo de tarifa. O dito normal, bem pode esperar.

Vamos aos acidentes. O período de Natal ficou manchado pelos números elevados quer dos acidentes, quer das consequências que estes tiveram.
Todos nós sabemos que existem condutores que há muito deviam estar proibidos de conduzir e que existe um comportamento incorrecto nas nossas estradas (por exemplo, seja Verão ou Inverno condutores há que conduzem sempre da mesma maneira).
Mas tudo isto não se prende somente com os acidentes ocorridos no Natal. Pretende ir mais longe.
Fomos confrontados este ano com algumas mortes de transeuntes, ocorridas na cidade de Lisboa (tal como ocorrem no Porto, Braga, Coimbra, enfim, por esse país fora).
Ora verificou-se de imediato um coro de protestos contra os automobilistas.
A Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados, liderada por Manuel João Ramos, veio imediatamente a terreiro e só não montou um cadafalso para os automobilistas porque o tempo das execuções públicas já terminou.
Em primeiro devo dizer que tenho muito respeito por todos os que são vítimas de acidentes, sejam eles automobilistas ou transeuntes, mas uma coisa é o respeito, outra é o fanatismo.
Eu não estaria a ser correcto comigo mesmo se empurrasse para os automobilistas toda a culpa. Podemos verificar, ao contrário do que se pretende fazer crer, que existe muito peão que é o principal responsável pelos acidentes.
Quantos de nós é que não vimos já pessoas a atravessar artérias bem movimentadas fora das passadeiras ou quando está o sinal vermelho para os peões? Quantos de nós é que não vimos já pessoas que caminham calmamente nos passeios e de repente se metem a atravessar uma estrada, seja ou não na passadeira.
Poderíamos ocupar algumas páginas com exemplos daquilo que não se deve fazer, mas das duas partes, por isso era interessante que a Associação que anteriormente referi (esta e outras, claro) quando debatessem o tema não se esquecessem de falar para os dois lados. Fica-lhes bem.

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