segunda-feira, 24 de março de 2008

Após uma Páscoa que espero não tenha sido supérflua em amêndoas, voltemos à nossa lide.

E para começar nada melhor que o vídeo do telemóvel, da aluna e da professora com que fomos bombardeados até à exaustão e que propiciou todo o tipo de conversas, algumas das quais reveladoras de uma profunda desfaçatez.
Comecemos por uma frase dita por alguém que é professora e que tem uma visão muito própria da actividade docente e se bem que não concorde com o Governo em muita coisa, também diz que há muito boa gente que está mal habituada, para além da capacidade para leccionar ser muito fraca. Pois bem a frase é tão só esta: quando eu tiver medo dos alunos ou dos pais dos alunos, deixo de entrar numa sala de aula e de ser professora.
Está tudo dito. Estou certo que mais professores existem com esta têmpera e espero que apareça cada vez mais.
Agora gostaria de falar sobre o que disse a aluna ao "Correio da Manhã". Começa por referir que «Tenho a noção de que o que fiz está errado» para acrescentar que está «arrependida», mas alega que a professora implica com ela pelo que afirma «Já fui para a rua várias vezes».
Mas não contente com isto mesmo decide dar a sua versão dos acontecimentos, não sem antes referir que «Isto também é mau para os meus pais» e quanto à versão «Era uma aula livre e a professora autorizou o uso do telemóvel e toda a gente os tinha em cima da mesa. Pedi a uma amiga para ouvir uma música no telemóvel, mas o som estava baixinho».
Ainda segundo a aluna, como era também dia de entrega de testes, ao passar pela sua secretária, a professora tirou-lhe o telemóvel. E, a partir daí, foi o que toda a gente viu no vídeo. Gerou-se uma luta pela posse do telemóvel, com a aluna aos berros e a empurrar a docente. Enquanto isso, os outros estudantes riam-se e faziam comentários jocosos.
Acabada a posição da aluna vamos à do sr. prof. Charrua, o tal que estava na DREN e voltou para dar aulas. Diz o tal senhor que o episódio que foi filmado por um outro aluno através do telemóvel, é um sinal daquilo que o Ministério da Educação está a promover com o novo estatuto do aluno que retira autoridade aos professores e que diminui a importância da sala de aula: “O sinal que a Sra. Ministra deu ao povo português é que não vale a pena ir às aulas! Basta que o menino saiba alguma coisa, depois vai fazer uma plano de recuperação e o professor faz-lhe um teste no final do ano e, se o menino não tiver aproveitamento, ainda lhe faz um segundo teste para ver se o consegue passar! Perante uma situação deste tipo, a Sra. Ministra é completamente responsável”.
Nem vou comentar as observações e o aproveitamento político deveras insidioso que os partidos da oposição fizeram de um caso que só revela falta de educação.
Mas vamos lá à minha posição sobre o caso e sobre alguns intervenientes.
Sobre a professora tenho a referir que a culpa também é dela. Se em vez de andar numa dança peripatética dentro da sala tivesse expulso a menina e o telemóvel para fora da sala e aplicasse uma sanção disciplinar a coisa tinha sido mais benéfica. É importante que não se quebre a barreira do respeito. Todos se podem dar bem, mas o respeito é o factor primordial.
Quanto à aluna é de bradar aos céus. Aliás deve ser uma santinha, julgo mesmo que já estão a construir o altar.
Ora tenham lá paciência. Já veio várias vezes para a rua, mas claro é a professora que imbirra com a menina, não é a menina que é indigna de andar a aprender numa escola que nos sai demasiado cara. E ainda tem o desplante de dizer que "Pedi a uma amiga para ouvir uma música no telemóvel, mas o som estava baixinho". Mas está para aprender ou para ouvir músicas.
Quantos é que não gostariam de estar sentados a aprender e não podem.
Quanto ao prof. Charrua, nem me quero alongar, sendo que julgo ser suficiente dizer isto: esta situação não é o resultado de ontem. É o resultado de trinta anos a cavalgar no escuro em matéria de educação, e por muito que lhe custe ouvir, foi um dos muitos burocratas que assentaram arraiais em postos chaves da educação e não só e nada fizeram para evitar tudo isto.
A minha opinião pessoal sobre o caso é que a aluna deve ser imediatamente suspensa até terminar o inquérito, ser severamente penalizada com a reprovação e toda a turma deverá ser seriamente punida.
Quanto à professora não pode continuar a dar aulas.

Podia ficar por aqui e já ficávamos demasiado mal, mas não, é preciso continuar.
O jornal "24 horas" de hoje, traz nas páginas 8 e 9 (edição online) aquilo que podemos designar por um problema de "saias".
Uma senhora descobriu que o marido a traía com uma secretária e resolveu ir tirar satisfações com a referida senhora ao local de trabalho.
Poderão estar a pensar qual é a admiração?
Pois bem eu explico.
Já não bastava alguém ir armar peixeirada para um local que não é responsável por nada, acresce o facto que o marido (dito cujo traidor) achou por bem levar a mulher (dita cuja traída) para falar com a outra (a dita cuja amante).
Estavam à espera de quê? Peixeirada, está claro.
Agora querem o melhor: tudo isto aconteceu na Assembleia da República.
Já não há respeito por nada nem por ninguém.
Onde nós chegámos.

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