quarta-feira, 12 de março de 2008

«Quando se fazem balanços é, certamente, para realçar aquilo que se fez bem. E, foram tantas as coisas que fizemos bem, que não temos de perder tempo com o que fizermos mal».
Esta foi a resposta de Vitalino Canas sobre o balanço de três anos de governo do Partido Socialista.
Percebo a resposta, mas não a aceito.
Ao contrário de Vitalino defendo que é preciso pensar afincadamente sobre o que se fez mal e olhar mais ligeiramente sobre o que foi bom.
O que foi bom, ainda bem que o foi. É dever deste Governo, ou de outro qualquer governar bem. É para isso que é eleito.
O que correu mal deve preocupar todos. Importa verificar onde se falhou e fazer de novo, desta vez correctamente.
Várias coisas correram mal, com a agravante de o Governo não ter sido capaz de explicar porque que é que correram mal e, pior que isso, não foi capaz de explicar devidamente o porquê de se fazer isso mesmo.
Para mim o maior erro foi dispensar Correia de Campos, sendo que, pelo andar da carruagem, um outro erro está na calha, o caso dos professores.
Para além destes um outro existe e é importante. Estou a referir-me ao facto de algumas leis orgânicas estarem ainda na gaveta (estou a lembrar-me da da PJ)

Que grande frenesim por aí vai, pelo facto da mulher de António Costa ter estado na manifestação dos professores.
Eu, pelo contrário e embora não concorde com a manifestação, fico agradado por tal ter acontecido.
Também compreendo que para muitos isto cause estranheza, é que no partido deles tal não acontecia.

E agora vamos à "purga". Não estou nada admirado que a "purga" tenha começado. Aliás só me causa alguma perplexidade o facto dela ainda não ter acontecido.
É evidente que Menezes tem de afastar todos os que lhe fazem ou podem vir a fazer frente. Claro está que Santana agradece de igual forma, mas com outro ideal, este afastamento. Mas claro que não pode ser um afastamento qualquer, tem de ser um que transmita a ideia que todos estão a bater no líder que desgraçadamente tenta ser alternativa ao Governo.
Claro está que tudo isto tem sequência. A frase de que o PSD ainda não está preparado para ser Governo foi a senha para que os indefectíveis de Menezes avancem desabridamente sobre os críticos.
E eu na altura que julguei que Santana tinha ficado desagradado com a frase, hoje vejo que tudo não passou de uma encenação que não foi para o palco no Parque Mayer, mas sim na São Caetano à Lapa.
A partir daí foi um ver se te avias. Os críticos são atropelados no Conselho Nacional. Vingam as alterações relativamente às quotas (estou de acordo com Rui Rio quando diz que vai contra o espírito da lei que é expresso no n.º 2 - apesar da excepção prevista no nº 3 - do artigo 3º da Lei 19/2003. Os dez ex-secretários gerais ouvem das boas por Ângelo Correia, Rui Rio é chamado ao Conselho de Jurisdição e para culminar Capucho é "despedido" por Ribau Esteves.
Fico à espera de ver quais os nomes para Ribau. Santos Silva foi de trauliteiro para cima. E este vai ser o quê?
E porque não só de palavras vive Menezes, mas de imagem também, eis que hoje é apresentado o novo símbolo. O fundamental da imagem de marca não muda - continua a ser a seta que se mantém cor-de-laranja - mas o fundo passa a ser azul. Ressalta disto que o símbolo social-democrata passa a ser menos laranja e mais azul.
Desengane-se quem pensa que esta é uma alteração de fundo na imagem histórica do partido.
O que acontece é que, quem entende um bocadinho de arte gráfica sabe isto, o cor de laranja só se dá bem com o azul.

Passam a treze. O Papa Gregório I definiu sete pecados mortais (soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça). O Vaticano, mil e quinhentos anos depois, acrescenta mais seis (pedofilia, poluição do meio ambiente, aborto, tráfico de droga, riqueza desmesurada e manipulação genética).
Ao que consta esta elencagem já existia des João Paulo II, restando a Bento XVI escolher a sua ordenação. Curiosamente nessa ordenação aparece em primeiro aquele que tem provocado mais problemas à Igreja americana ao mais alto nível: a pedofilia.

Sem comentários:

não sei porquê (ou até sei) mas parece que é preciso ajudar Marcelo a terminar o mandato com dignidade