sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

António Borges, aquele que tem sempre uma vaga de fundo a apoiá-lo para a liderança do PSD, mas que por ser uma vaga muito funda provoca sempre o seu afogamento, explicou ontem o porquê de pertencer à plataforma "não obrigado", mas em má hora o fez, sendo que esta má hora se estende a Maria José Nogueira Pinto e a Isabel Neto.
Quem não soubesse ao que ia e entrasse de repente na sala não diria que se estava a debater o problema do aborto, mas tão só um qualquer tema económico.
Foi isso mesmo que aconteceu.
Sem argumentos de outra espécie, estas três personagens fizeram agulha para o dinheiro que o Estado irá gastar se vencer o sim e decidiram desfiar um rosário de frases que analisadas se revestem de ofensas graves à mulher e deixam de lado os números relativos ao que o Estado gasta com os abortos mal feitos quer por curiosos, quer por clínicas de vão de escada.
Para estes elementos, o dinheiro comanda a vida, o metal é o princípio de todas as coisas.
Estão redondamente enganados estes pseudo-neoliberais.
Eu não discuto o facto de haver gente que seja contra o aborto, e que fazendo parte de movimentos do não apresentem publicamente as suas ideias.
O que está em questão não é isso. O que está em questão é a seriedade do debate.
E quem resume a questão do aborto ao dinheiro que o Estado vai gastar, não está a primar pela seriedade, antes está a levar o debate para terrenos pantanosos.

Ainda sobre este tema, importa ler e reflectir sobre o excelente artigo de Ana Sá Lopes, hoje no DN.

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