Sempre desconfiei que quer a questão dos voos da CIA, quer a questão da Entidade Reguladora do Sector Energético, cairiam no colo dos respectivos ministros. Pois bem, meu dito, meu feito.
Luís Amado, ministros dos Negócios Estrangeiros, confirmou hoje a passagem pelos Açores de sete voos “de e para” a base militar norte-americana de Guantanamo, só que assegurou que eram “voos militares” e não voos ilegais da CIA. E eu sou o génio da lâmpada.
Claro que o sr. ministro andou mal nesta matéria e, pelos vistos pretende continuar.
Mas se Luís Amado não esteve bem, Manuel Pinho não esteve melhor. E digo isto, porquanto Jorge Vasconcelos declarou na Assembleia da República que o aumento dos preços da electricidade este ano poderia ter sido inferior a seis por cento se o Governo tivesse aceitado a sua proposta: “Negociar com os produtores para reduzirem os proveitos.”
Só que ao invés “o Governo beneficiou os produtores à custa dos consumidores”.
E como isto já não fosse suficiente Jorge Vasconcelos revelou ainda que foi convidado pelo Governo para se candidatar à presidência da Agência Internacional de Energia (AIE), mas que o processo não chegou a ser entregue. “Fui convidado pelo Governo para ser candidato à AIE (...) mas por razões que me são estranhas o processo não foi entregue”.
Mas se os ministros não estiveram bem os deputados do PS não estiveram melhor e digo isto porque o grupo parlamentar já garantiu que não irá agendar os dois projectos de lei em matéria de corrupção que João Cravinho irá entregar no parlamento por considerá-los «não adequados nem consistentes».
Faz-me alguma confusão, até porque o próprio grupo parlamentar do PS anunciou hoje que vai apresentar dez diplomas sobre matérias de «corrupção e transparência», que prevêem o alargamento do levantamento do sigilo bancário a áreas não previstas até agora, entre outras medidas.
Sendo assim porquê não aproveitar e apoiar o trabalho desenvolvido por Cravinho?
Continuando no Governo. Que barafunda é esta provocada pelo secretário de Estado da Educação relativamente às TLEBS.
Já se chegou à conclusão de que é uma asneira do tamanho do mundo e agora em vez de se parar para pensar seriamente, decide-se suspender os novos manuais de Português do 8.º ano, adaptados à Terminologia Linguística do Ensino Básico e Secundário e deixar que continue nos 3.º, 5.º e 7.º? Andamos a brincar de certeza.
Se a isto juntarmos a revolução do básico e a figura do professor tutor temos o quê: mais uma alteração no ensino que não vai servir de nada e só vai adiar mais uma vez a reforma que a eduçação precisa.
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