terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Está ao lado dos pobres e oprimidos. A Amnistia Internacional deu a conhecer uma situação assaz curiosa e que se conta em poucas palavras.
Em 1998, o Governo angolano devolveu à Igreja católica terrenos que lhe pertenciam antes da independência, em 1975, em resposta a um apelo feito pelo Papa João Paulo II, quando visitou Angola em 1992.
Entre as devolvidas encontram-se as terras do bairro de Wenji Maka, em Luanda, sendo que a Igreja angolana já tem tudo preparado para aí construir um santuário.
Até aqui nada há de preocupante.
A preocupação reside no facto de que para a Igreja erigir o seu santuário é necessário que o governo expulse cerca de 2.000 famílias que ocupam aquelas terras, algumas há anos e outras mesmo há decénios.
Claro que a Igreja, pela voz do arcebispo de Luanda, D. Damião Franklin, já lavou as mãos tal como Pilatos fez no julgamento de Jesus Cristo. Disse o referido prelado que "ao reclamar o direito sobre as terras, a Igreja pediu ao Governo que garantisse terras em outras áreas para os indivíduos afectados".



Continuando com a Igreja. Como não chegassem todas as barbaridades que membros da Igreja já disseram a propósito do aborto, aparece também uma associação de leigos católicos a produzir um panfleto vergonhoso. O referido panfleto faz apelo ao voto no não no referendo ao aborto utilizando uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, sendo que ao mesmo tempo pede uma doação.
Ao que parece foram dois milhões os desdobráveis colocados pelas caixas do correio de todo o país.
Na capa faz-se referência às aparições de Fátima sem que algo informe que o referido panfleto faz apelo contra a interrupção voluntária da gravidez.
E se a primeira página é absurda, a última não o é menos. Aí apela-se, em três pontos, à participação na campanha pela vida e solicita-se uma doação no valor de dez euros em troca de um livro e um terço.
Para agravar a questão a referida associação não faz parte de nenhum movimento na campanha para o referendo.
Espero que a Comissão Nacional de Eleições não deixe passar em claro esta forma de publicidade comercial.
A imagem foi retirada da SIC.

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e os rapazinhos querem o 25 de novembro...  pois se me é permitido (e o 25 de Abril deu-me essa liberdade) eu acrescento o 28 de setembro e ...