quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Ontem, na Sé de Lisboa, todos os subdirectores gerais e vários directores e chefes de Finanças, bem como o Director-Geral Paulo Moita de Macedo, marcaram presença na Missa de Acção de Graças, também conhecida por Missa dos Impostos.
Esta cerimónia religiosa foi da responsabilidade da Direcção-Geral dos Impostos e contou também com a presença do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Amaral Tomaz, não sei se a nível oficial ou particular
Tudo isto é deveras engraçado.
Primeiro o Estado Português é um Estado laico.
Segundo: Missa de Acção de Graças?! Porquê? Para agradecerem ter sido um ano bom na cobrança de impostos e logo todos os funcionários terem recebido bons prémios (já agora esses prémios são livres de impostos?).
Mas as Finanças não existem para cobrar impostos?
Os trabalhadores não recebem o seu salário para executarem a cobrança de impostos?
Então porquê prémios, regozijos e acção de graças?
Deveriam regozijar-se se fossem atrás daqueles que não pagam impostos apesar de ostentarem sinais exteriores de riqueza que deixam qualquer um boquiaberto.
Quando neste país os impostos forem cobrados num sistema de equidade e sejam justos, então sim, as Finanças, o Tesouro, os Impostos, o que quiserem, regozijem-se da forma que vos der mais jeito. Até lá...

Eu já andava a prever isto mesmo. Aí está a guerra entre Ana Gomes e José Lello terminou com o PS a retirar a confiança política à eurodeputada.
É possível que o partido queira ir mais além contra Ana Gomes. Se isto acontecer, vamos poder assistir a mais um lavar de roupa suja, que tanto faz a delícia dos portugueses e dos órgãos de informação.

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