sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Que estranho. Cada vez fico mais perplexo com determinadas tomadas de posição por parte dos dirigentes de determinadas classes.
Vem isto a propósito de uma proposta de um dos líders do PSD.
Pois bem Luís Filipe Menezes disse que querer ver aplicado progressivamente o princípio de que não se possa acumular o exercício da medicina nos sectores público e privado.
Será que ponderou bem o que disse? Convém não esquecer que ele próprio é médico.
Independentemente do que penso sobre a matéria e que direi mais adiante, não posso deixar de mencionar a tomada de posição do Bastonário da Ordem dos Médicos.
Diz o senhor que é uma proposta lamentável e que acabaria com o Sistema Nacional de Saúde.
Curiosamente toda e qualquer medida ou ideia que possam mexer nas vastas regalias dos médicos são de imediato chumbadas pelo senhor.
Isto não há a menor dúvida, quem atacar o lobbie dos médicos leva logo por tabela.
Sobre a medida propriamente dita, penso que numa primeira leva iria trazer problemas ao SNS, nomeadamente nalgumas especialidades, sendo que, como é evidente, nunca acabaria com ele.
Por outro lado impunha alguma ética no sistema e abria espaço a outra gente.
No caso da ética, todos sabemos que existem muitos casos por esse país fora em que os médicos acompanham os doentes e chegada a altura de operar ou de um pós-operatório o médico força outros caminhos para esse mesmo doente.
Não é novidade para ninguém que muitos pacientes frequentam a consulta particular de um determinado médico que depois lhe diz a determinada altura, e sendo caso disso, o melhor é fazer intervenção cirúrgica e manda ir ter com ele ao hospital público onde está a trabalhar para lá fazer a intervenção.
Também acontece que muitas vezes o paciente é operado e após uma ou duas consultas, o médico diz que o melhor era passar para o consultório porque ali há muita gente e no consultório sempre teria outro acompanhamento e etc e etc.
É uma promiscuidade pouco ou nada aconselhável.
Já quanto a abrir espaço para outra gente, significa que poderia haver mais médicos jovens, não sendo necessário limitar os números de acesso nas Universidades.
Mas é claro que eu percebo que estamos perante mais uma medida avulsa (propõe mas não explica) e que tem sido o apanágio desta liderança, onde um dia se diz uma coisa e no dia seguinte se contradiz.
Isto não é ser alternativa. Isto é praticar equilibrismo eleitoralista e ninguém aguenta este equilibrismo durante muito tempo.
Se tomarmos atenção às sondagens podemos verificar que somente após a eleição de Menezes o PSD subiu porque a partir daí é sempre a descer. E isto é o resultado de ter a ânsia de defender tudo e na realidade não defender nada.

Vou-me rir imenso. Jaime Silva, ministro da Agricultura, acusou Portas de ter "calotes políticos" e de dever explicações aos portugueses sobre os casos Portucale e Casino de Lisboa que envolvem ex-ministros do CDs-PP.
O líder do CDS-PP vai processar Jaime Silva por se considerar lesado no direito ao bom-nome por afirmações do governante.
Pois bem, já não chegava o caricato do processo, Portas achou por bem dar mais enfâse à coisa e nomeou Garcia Pereira o eterno líder e candidato do MRPP/PCTP para seu advogado.
Precisamente Garcia Pereira que, para muitos é a antítese de Portas. Claro que toda a gente tem direito a ser defendido, mas escolher, e ter aceite ( isso ainda mais grave) um advogado que se arroga defensor dos mais desprotegidos, dos mais "pobrezinhos" que "odeia o grande capital" como apregoa, e que fez declarações muito pouco abonatórios quanto a Portas a propósito do caso Moderna, vêm aceitar a defesa do mesmo que tanto mal disse. Voltemos ao camarada Arnaldo de Matos.

Para terminar aqui ficam os parabéns à TSF. Foi a 29 de Fevereiro de 1988, que foi para o ar a primeira edição da TSF.
Obrigado à rádio que mudou o panorama radiofónico em Portugal.

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